Somos um bando de covardes. Uns mais, outros menos, uns do bem, outros kanalhas, mas somos. Uns tomam decisões corajosas, vão para novos-velhos mundos, mas acabam voltando, sucumbindo a covardia inerente ao ser humano. Covardia que muitas vezes não permite que admitamos nossa própria incompetência. Afinal, quem gosta de confirmar o que todos sabem (que o subordinado é melhor que o chefe)?
Nunca tenha medo de tentar algo novo. Lembre-se de que um amador solitário construiu a Arca. Um grande grupo de profissionais construiu o Titanic.
Luís Fernando Veríssimo
Um grande grupo de profissionais que pensa está sempre no limite de bater no iceberg da soberba. Principalmente quando se acham. Aliás, qualquer profissional que se ache muito vai pelo mesmo caminho. Na verdade, os que têm consciência da sua mediocridade e usam vaselina para se manterem, também estão na mesma situação. É complicado.
Normalmente as mudanças acontecem por conta da vida. Muitas vezes causadas por gente que teve medo de mudar e, então, dá meia volta e muda a sua (nossa) vida. Dividir é algo que amedronta. Experimentar o novo pode ter várias faces. Nem sempre mudar nomes, sobrenomes e formatos de rosto e corpo significa mudar. Na maioria das vezes esses nomes diferentes são a melhor maneira de não mudar. De manter as coisas como são, dando aquela impressão de modernidade, de pessoa sem medo, independente.
Nada melhor que adquirir algo palpável para sacramentar as mudanças. Pode ser uma TV, um carro ou, quem sabe, um cão. Dá tudo no mesmo. A covardia está lá para quem se dispor a enxergar.
PS: Também sou covarde, mas não tenho medo de dizer isso.
*Esse texto é uma compilação de escritos criados entre 1999 e 2007.
Fero, menino, que revolta.
Efeito segunda-feira?
mêda…