Sempre que ouvia essa frase ficava pensando o que queriam dizer. Será que falavam de relacionamentos com sexo demais e conversa de menos? Ou daqueles com muito papo e pouca ação? Nunca entendi qual o problema nessas opções, afinal, o equilíbrio sempre pode estar na falta de equilíbrio. Se a falta ou excesso de sexo agradar ao casal…viva a falta de equilíbrio.
Depois me explicaram que a falta de equilíbrio pode ser na entrega de cada um. Hum…também não me convenceu. Entrega em um relacionamento não é coisa conjunta, de casal. É assunto individual, que faz com que cada pessoa descubra até onde quer ir. Caso o outro discorde, que sarte fora.
Outra vez me disseram que a falta de equilíbrio se referia aos gostos do casal. Também achei uma explicação furada. Gosto é gosto e mesmo que a pessoa seja xiita por alguma coisa, ninguém nunca é obrigado a ir em algum lugar. Pode até ser pressionado – mesmo quando deveria ter a obrigação moral de ir – mas jamais é obrigado. Não existe isso de obrigar. Deveria existir é a vontade de agradar.
Um dia tentaram me convencer de que a frase só podia estar relacionada ao poder econômico de cada um. Nem me preocupei em tentar levar a serio. Dinheiro é bom, faz diferença, mas só sendo muito ligado nele ou tendo uma índole muito questionável para deixar que ele interfira na sua vida amorosa. Neste caso, melhor fugir de quem acha que usar o dinheiro para demonstrar poder e colocar os outros nos seus lugares é normal.
Acabaram me dizendo que esse desequilíbrio é apenas uma questão de egoísmo, de falta de capacidade de dividir, saber quando agradar. Ok, esse até é um bom motivo, mas se formos por ai, nem nós mesmos podemos entrar nessa categoria de equilibrados. É só saber fazer a outra pessoa notar quando ultrapassa os limites do aceitável. Não deixar chagar no desrespeito.
Equilíbrio demais deve ser muito chato. Eu não gostaria de casar comigo mesmo!