O horário de início do espetáculo foi adiantado em 1h (para as 20h) por conta da ameaça de chuva. Milhares de fãs (muitos deles mudernos e fashion) entravam ordeiramente no ex-maior do mundo. Vagas para os automóveis não eram problema e tudo estava pronto para uma grande festa no Maracanã.
Uma pequena confusão para permitir a entrada dos jornalistas na área VIP (que estava bastante confortável), não tirou o humor do ogro (que quase deu uma volta no estádio antes de chegar onde queria).
Área VIP é bacana, é confortável, mas não faz muito sentido em shows de estádio. É muito mais democrático deixar quem chegou primeiro ficar na primeira fila. Essa coisa de famosos e convidados na cara do gol, não me agrada.
Bem, a chuva cegou e molhou muito. Vários jornalistas perderam seus celulares (quem manda ficar enviando flashes para as redações?). O meu quase morre também, mas sobreviveu, diferentemente de vários papéis que estavam em meu bolso e viraram uma pasta disforme.
Diferente do que aconteceu em 1990, quando logo após o início do show de Paul McCartney a chuva (que havia alagado a cidade e adiado a apresentação em um dia) parou, Madonna e seus fãs não tiveram a mesma sorte. Mas São Pedro não venceu a musa pop. Ela chegou a levar um knock-down – que quase passa desapercebido por alguns, mas deixou sua equipe preocupada.
Como ainda não tinha visto nenhum show dela, fiquei com a impressão de que ela fez menos coreografias que o normal após o tombo. Isso porque o início do show mostra que sua apresentação é muito mais que música, é dança, é entretenimento. Muitos figurinos, muitos cenários, vídeos e a impressão de que rola um playback em alguns momentos, principalmente porque o volume de sua voz variava muito entre canto e falas. Mas pode ser erro meu!
Normalmente shows de grande porte são tão amarrados que não permitem surpresas (só os Stones e o U2 se permitem trocas de repertório com freqüência) e com Madonna e sua Sticky & Sweet Tour não é diferente. Nem mesmo o calor do público, que pulou e cantou mesmo depois de horas debaixo de muita água, fez com que a apresentação fugisse um milímetro do roteiro. Talvez o improviso “Fuck the rain, go away” (pedindo uma trégua aos céus), o tombo e um momento humano (quando ela enxugou o chão para evitar novas quedas) possam ser classificados de surpresas, mas é pouco.
Os cabelos molhados e despenteados pela chuva devem ter deixado muitas mulheres com sorriso nos lábios. Afinal, ela também sofre como qualquer mulher, devem ter pensado.
Juro que imaginei que iria achar tudo muito mais estranho e sem sentido, mas a coroa mostrou que ainda tem fôlego e sabe dominar uma platéia. Canções novas agitaram mas, claro, foram as antigas que fizeram todo mundo pular nas arquibancadas. Into the Groove e Borderline foram algumas delas.
No fim das contas, todo o público do Maracanã – este ogro incluso – saiu feliz (e molhado).
Nesta segunda-feira tem mais e torço para que a chuva dê uma trégua aos que forem ao Maracanã, que, segundo a organização, tinha 70 mil pessoas. Detalhe: as bilheterias estavam abertas e vendendo ingressos desde 12h. Não haviam programado um segundo show porque estava tudo esgotado?
Fotos de Marcelo Rossi
As fotos foram tiradas pelo padre Marcelo Rossi? Isso é que é área Vip.