Caixa reúne 6 álbuns gravados por Johnny Cash entre 1986 e 1991

Johnny Cash / The Complete Mercury Albums 1986-1991 tem, pelo menos, três discos que devem ser ouvidos até por quem não era fã do artista

Lançada em junho deste ano, a caixa Johnny Cash / The Complete Mercury Albums 1986-1991 é um tesouro para quem era fã do mestre do country e de um dos pilares do rock.

São sete CDs com os seis álbuns lançados por Cash para o selo — Class of ’55 (com Roy Orbison, Jerry Lee Lewis & Carl Perkins) (1986), Johnny Cash Is Coming to Town (1987), Classic Cash: Hall of Fame Series (1988), Water from the Wells of Home (1988), Boom Chicka Boom (1990) e The Mystery of Life (1991).

A versão em CD da caixa ainda tem um CD bônus com várias mixagens alternativas do disco Classic Cash, que não estão inclusas na versão em vinil.

Beleza e som de primeira

A caixa é linda, tem um livro com belas fotos e textos sobre a carreira de Cash e cada um dos álbuns, todos remasterizados a partir das fitas originais. Essas novas masterizações tornaram o som mais “redondo” e são um grande avanço, principalmente para quem ouviu alguns desses discos em vinis fabricados no Brasil.

Apesar de seus dias de glória já terem ficado para trás, os álbuns contidos na caixa mostram que Cash ainda tinha uma voz em grande forma e que era venerado por muitos de seus pares.

Reuniões imperdíveis com Johnny Cash

Mesmo quem não conhece ou gosta muito da obra de Johnny Cash vai se interessar pelo conteúdo dos discos dessa caixa. Neles estão parcerias com nomes como Roy Orbison, Jerry Lee Lewis, Carl Perkins, U2, Paul McCartney, Emmylou Harris, The Everly Brothers e Glen Campbell, só para citar alguns.

O primeiro disco do pacote é Class of ’55: Memphis Rock & Roll Homecoming (1986). Apesar de tecnicamente não poder ser considerado um disco solo de Johnny Cash, o álbum reúne quatro dos pilares do rock. Homens que escreveram a história do rock e da Sun Records. Artistas que viram Elvis nascer.

O álbum mistura canções novas e antigas e vale pelo emocionante tributo ao rei: “We Remember the King”. A estrela maior do disco é Carl “Blue Suede Shoes” Perkins (Roy Orbison também está bem). Mas a reunião desses talentos é para ouvir sempre que possível.

O segundo disco da categoria “imperdível” é Water from the Wells of Home (1988). Nele, Cash faz duetos e conta com participações de uma série de astros que vão desde a filha Rosanne Cash até o ex-beatle Paul McCartney, passando por Glen Campbell, Hank Williams, Jr., The Everly Brothers e muitos outros nas suas dez boas faixas.

Engraçado é que o disco não fez sucesso, mesmo com o grande número de artistas de peso envolvidos no projeto.

A outra indicação é The Mystery of Life (1991). Quase totalmente produzido com canções próprias de Cash, o álbum ainda conta com a faixa “The Wanderer”, na qual Cash une forças ao U2., e “Wanted Man”, parceria com Bob Dylan.

Assim como acontece com vários discos onde algumas faixas são “restos” de outros discos, The Mystery of Life acaba tendo um material de alta qualidade.

Mais discos inspirados

Os outros três discos da caixa — Johnny Cash Is Coming to Town (1987), Classic Cash: Hall of Fame Series (1988) e Boom Chicka Boom (1990) — também mostram que Cash era uma força da natureza.

Boom Chicka Boom (1990) tem uma faixa escrita especialmente para ele por Elvis Costello (“Hidden Shame”). Já Johnny Cash Is Coming to Town (1987) traz um som mais nostálgico, marca da reunião do artista com o produtor “Cowboy” Jack Clement, companheiro da época da Sun Records e que esteve presente na gravação de alguns dos sucessos de Cash nos anos 1950.

O último da lista, mas não menos importante, é Classic Cash: Hall of Fame Series finds Cash (1988), no qual recria alguns clássicos como “I Walk the Line,” e “Sunday Morning Coming Down”. Lembrando que na caixa há um CD bônus com mixagens alternativas de várias faixas desse álbum.

O preço da caixa é uma pechincha se levarmos em conta que falamos de sete CDs. O importante é calcular direitinho o frete e torcer para que os Correios estejam funcionando e que a Receita Federal não esteja “com fome de impostos”.

Ave Cash!