Medida era vista como pressão para que governadores reabrissem a economia e permitissem as aulas presenciais. Alunos podem respirar aliviados, seja lá em quais cursos estiverem inscritos
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nunca foi um fã dos imigrantes ou dos estrangeiros que procuram o país para qualquer atividade, mesmo que seja gastar dinheiro ou estudar.
Nesta terça-feira (14), o governo dos Estados Unidos decidiu retroceder e desistir da decisão que pretendia revogar/suspender os vistos de estudante de estrangeiros que estivessem cursando aulas 100% virtuais em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Essa iniciativa era criticada por diversas instituições de ensino como a Universidade de Harvard e o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), entre outras. Afinal, estudantes estrangeiros pagam tanto (ou mais) que os americanos e perdê-los seria mais um baque na já combalida receita dessas instituições.
Atualmente, existem cerca de 1,1 milhão de estudantes vindos de outros países frequentando universidades nos Estados Unidos, injetando algo próximo de US$ 44,7 bilhões para a economia americana.
Além disso, a ideia de que estrangeiros “tomam o lugar” de trabalhadores e estudantes americanos é algo que parece não sair do pensamento do comandante da maior potência do mundo.
— A revogação veio para acalmar milhares de estudantes estrangeiros e para mostrar que as leis nos Estados Unidos funcionam, que não há ninguém acima da Lei, e que é possível lutar por direitos constituídos. O Governo Trump estava tentando usar esta medida para forçar as escolas a pressionarem os Governadores para a reabertura da economia americana e consequentemente das escolas, explicou o Dr. Felipe Alexandre, advogado de imigração da AG Immigration.
Justiça teve que intervir
Mas a decisão de desistir de tirar os vistos dos estudantes estrangeiros só aconteceu por conta de uma sentença da juíza distrital de Boston, Allison Burroughs.
Essa decisão veio depois que o Departamento de Imigração e Alfândega (ICE) divulgou (em 6 de julho) um comunicado no qual dizia “os guardas nas fronteiras não permitiriam o ingresso de estudantes matriculados em escolas e/ou programas que sejam completamente pela internet”.
A suspensão dos vistos F-1 e M1 teria efeito para os inscritos em cursos com início no próximo “ano letivo”, em setembro.
Agora, pelo menos por enquanto, os estudantes podem respirar um pouco mais aliviados.