Regravações de antigos sucessos pouco (ou nada) acrescentam as versões originais. Melhor ficar com os registros conhecidos e consagrados e deixar My Songs como um souvenir
Faz algum tempo citamos que Sting estava lançando um álbum onde regravava algumas de suas canções mais conhecidas.
My Songs foi lançado no fim de maio e, após várias audições cuidadosas (e com tempo para absorver todas as nuances das modificações feitas pelo Sr. Gordon Summer) a conclusão é que: o disco é uma mistura de ego trip com perda de tempo.
Ok, poderia ser pior. Ainda bem que a qualidade das canções — reconhecida até por quem não é fã do artista — supera as boas intenções de um artista que deveria se ater ao novo e não em tentar reciclar seu passado.
Coragem com novidades dispensáveis
A ideia de revisitar canções já consagradas não é novidade. O próprio Sting já teve essa inspiração na época do Police, em um projeto que não foi adiante, mas gerou uma segunda versão de Don’t Stand So Close To Me (e outra de De Do Do Do De Da Da Da).
Porém é de se louvar a coragem de, após tantos anos, revisitar canções icônicas como Every Breath You Take e Message In A Bottle, além de outros sucessos como If You Love Somebody Set Them Free ou Fields of Gold.
Infelizmente, apesar das boas intenções, as novas versões reconstruídas/regravadas não melhoram em nada os velhos e ótimos registros originais.
No afã de tornar as canções mais contemporâneas Sting abusa de truques absolutamente dispensáveis, como o uso de drum machines no lugar dos ótimos bateristas das gravações originais.
Não que as novas versões sejam ruins, mas era mesmo preciso mudar algo em Every Breath You Take? Fica parecendo que (na mente de Sting) algumas de suas canções precisavam de uma injeção de botox.
Ok, as canções são dele, como diz o título do álbum, mas, na boa, elas não precisam de nenhum tipo de update.
Aguardamos por inéditas
Sem um álbum de inéditas desde 2016, quando canções o bom 57th & 9th , Sting parece não ter inspiração e disposição para compor e oferecer ao seu público algo realmente novo. Para o azar das novas gerações, vai longe o tempo onde um artista lançava dois álbuns por ano e mais alguns singles com canções que não faziam parte das bolachonas.
Alguns vão dizer que essa crítica é coisa de fã xiita, mas a verdade é que qualquer nova ideia é bem vinda, desde que funcione. No caso, My Songs é um projeto que poderia ter ficado engavetado. É para ouvir uma vez e ter a certeza de que os originais são melhores.
Nota: ***
Uma versão deste texto foi publicada na Revista Ambrosia
Standard CD/vinyl editions
Brand New Day
Desert Rose
If You Love Somebody Set Them Free
Every Breath You Take
Demolition Man
Can’t Stand Losing You
Fields of Gold
So Lonely
Shape of My Heart
Message in a Bottle
Fragile
Walking on the Moon
Englishman in New York
If I Ever Lose My Faith in You
Roxanne (Live)
Deluxe CD bonus tracks:
Synchronicity II (Live)
Next To You (Live)
Spirits In The Material World (Live)
Fragile (Live)
Japanese Deluxe CD adds:
I Can’t Stop Thinking About You (Live) (Japan Exclusive)
French Exclusive Deluxe CD adds:
Desert Rose (Extended Version) (France Exclusive)