Continuando as dicas para evitar problemas no desembarque em solo estrangeiro, chega a hora de falar de um item importante e muitas vezes negligenciado pelo viajante: o seguro viagem.
A importância do seguro
Antes de falarmos sobre quais países exigem o seguro, é importante dizer que ele é importante para a sua saúde e segurança. Ao contrário do que muitos pensam, o seguro viagem não é apenas um plano de saúde. Ele cobre vários outros itens, como perda de bagagem, despesas jurídicas e remarcação de passagens, entre outras coisas. Mas, mesmo que sua função fosse apenas cobrir gastos médico-odontológicos – e falo por experiência própria – ele já seria mais que útil, já que uma consulta médica na Europa pode desfalcar em muito o orçamento.
Seguro ou Assistência Viagem?
Embora exista essa diferenciação, para o viajante o nome não faz muita diferença. O importante é saber quem se está contratando e quais as condições do produto escolhido. O importante é saber se você terá que pagar pelos procedimentos médicos (escolhendo os locais de consulta e exames, por exemplo) ou se terá que se dirigir até um local credenciado pelo seguro. Há prós e contras nas duas modalidades, mas a disponibilidade financeira é mesmo o mais importante na hora de decidir.
Normalmente, em uma emergência, ter a liberdade de escolher onde ir é muito bom, mas os custos podem ser bastante altos. Para os que se preocupam com a burocracia, aviso que já utilizei essa modalidade e não tive nenhum problema com o reembolso das despesas. Uma boa notícia é que as seguradoras, na maioria das vezes, vendem os dois serviços no mesmo pacote. É preciso ler bem as letras miúdas do contrato.
Leve em conta também que alguns países da Europa exigem um seguro com cláusulas especiais (falaremos disso mais para frente no texto).
Quanto custa?
Essa é a grande pergunta. O custo do seguro depende muito do tempo, destino da viagem e do tipo de cobertura que se escolhe. Comparado com outras despesas (até mesmo taxas de embarque) o seguro é barato e há maneiras de deixa-lo ainda mais em conta ou até sem qualquer custo. Em 2017, para uma viagem de 17 dias para os EUA, o gasto foi de menos de R$ 300. Há vários sites onde é possível comparar preços de diversas seguradoras.
Como conseguir o seguro grátis
Hoje em dia há várias maneiras de conseguir bons descontos ou até mesmo o seguro de maneira grátis. Clubes de milhagens, programas de descontos e até mesmo cartões de crédito oferecem seguros de viagem para seus associados. É preciso verificar todos os seus programas e quais as condições e características do seguro disponível. Existe a possibilidade das condições e preço não serem interessantes, mas também é possível conseguir um produto que satisfaça as suas necessidades totalmente de graça.
Quanto tempo de cobertura?
Esse é um item com o qual o viajante novato costuma se enrolar. O seguro precisa cobrir desde o dia do embarque até a data do desembarque de volta. Não adianta fazer o seguro para o dia da saída do voo, mas sim da chegada! Esse cuidado é importante para a sua segurança e para os fiscais alfandegários.
O seguro é obrigatório?
Sim, é obrigatório para quem vai viajar para a Europa, Estados Unidos, Cuba e alguns outros destinos.
Europa x EUA
Há diferenças nas exigências dos seguros para os Estados Unidos e para a Europa.
Na Europa é preciso que o seguro cubra pelo menos 30 mil euros em despesas médicas – pode parecer muito, mas como já mencionei, o preço é bastante baixo e vale muito. Mais importante ainda, sem ele a sua entrada no destino está gravemente ameaçada. A regulamentação do Velho Continente é guiada pelo Tratado de Schengen, um acordo feito por vários países – Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Romênia e Suécia – e que obriga todas as pessoas de outros países que vão para lá, a fazerem um seguro de viagem.
Atendimento em português?
Normalmente as seguradoras oferecem telefones onde podemos conversar com alguém em português (voz ou mensagens instantâneas), mas é muito importante ler as letras pequenas do contrato, para ter certeza desses detalhes.
E se o seguro falhar?
Como dizem os ingleses: shit happens. Embora as chances de alguma zebra com o seu seguro acontecer seja raríssima, imaginando que você escolheu uma boa seguradora, a possibilidade sempre existe.
Caso tenha dificuldades em entrar em contato com a sua seguradora quando estiver no exterior, o ideal é deixar cópias dos seus documentos e do contrato com alguém de sua confiança no Brasil, onde será (em teoria) falar com a empresa. Se o problema for algum reembolso não efetuado, a dica é guardar todos os comprovantes dos pagamentos realizados para poder reclamar nos órgãos competentes – A Superintendência de Seguros Privados (Susep) e o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), ou mesmo para acionar a seguradora na Justiça.
Caso tenha dúvidas ou algum aspecto que ache que devesse ter sido abordado, deixe um comentário no post ou envie um e-mail para [email protected]