Chegar em uma cidade ou país diferente do seu é sempre um prazer, mas também traz seus desafios. Um dos principais é saber como se locomover e chegar até os locais de seu interesse. Nesse momento, muitas vezes o turista acaba embarcando em algumas furadas que podem (e devem) ser evitadas. Vale lembrar que, com exceção da maioria das cidades do Brasil, usar o transporte público é quase sempre a melhor opção.
Transporte no Brasil
Infelizmente a infraestrutura de transportes no Brasil é muito precária. Portanto, ao decidirmos por um destino nacional é preciso pensar bem se vale apostar em táxis, Uber ou similares, alugar um carro ou utilizar ônibus e metrô.
Caso o seu destino seja uma grande capital ou cidades de praia, montanha e serra, de grande fluxo de turistas, as chances de conseguir utilizar ônibus, metrô ou táxi, embora seja bom checar quanto custa a bandeirada do táxi e se existe mesmo a opção do Uber, são boas. Ônibus e metrô deveriam ser as decisões lógicas, mas a violência e a pequena malha metroviária inviabilizam ao turista utilizar esses meios de transporte sem correr nenhum risco, vide a situação da segurança em cidades como o Rio de Janeiro, Recife, Natal ou São Paulo. Nesse caso, a minha sugestão é mesmo utilizar táxi, Uber ou equivalente. Não vale correr o risco de seguir por um caminho errado e parar em uma área de risco. Em algumas capitais há bares e restaurante que possuem um serviço de transfer de hotéis até o estabelecimento. É sempre bom conferir essa opção.
Se o destino for uma cidade do interior, pode ser que alugar um carro seja uma opção mais em conta e mais prática do que o táxi. Um exemplo disso é Campos do Jordão. A cidade do interior de São Paulo, considerada a Suíça Brasileira, tem a maioria dos seus atrativos no centro de Capivari, podendo ser explorado a pé, sem problemas. Porém, dependendo da localização do seu hotel/pousada qualquer deslocamento pode exigir um carro ou táxi. O problema é que a bandeirada dos táxis faz com que qualquer corrida dificilmente saia por menos de R$ 50. Por esse preço, dependendo de quantas vezes você pretende se deslocar, vale mais a pena alugar um carro do que ficar na dependência dos táxis, que são poucos na cidade. Portanto, faça um cálculo aproximado de quanto deve gastar (normalmente as cidades turísticas possuem portais onde pode-se encontrar as informações básicas sobre preços dos transportes e distâncias dos principais pontos turísticos. Além disso, os próprios hotéis e pousadas costumam dar aos hóspedes esse tipo de informação. Vale ligar e checar.
No exterior
Caso a sua viagem seja para o exterior, mas o destino seja próximo (Argentina, Uruguai ou Chile, por exemplo) a dica é: use o táxi e, quando possível, o metrô. A diferença de câmbio favorece o turista brasileiro, tornando as viagens super baratas. Mas há de se tomar alguns cuidados. Em Buenos Aires, por exemplo, evite pagar as corridas com notas de valor muito alto. Há um enorme número de relatos de turistas que receberam o troco com notas falsas. Alugar um carro só mesmo se os planos incluírem deslocamentos por grandes distâncias. Normalmente não há problemas com as carteiras de motoristas. As emitidas no Brasil são válidas em praticamente todos os países.
Europa e Estados Unidos
Nos países do 1° Mundo a coisa é diferente. Cidades como Londres, Paris ou Nova York possuem sistemas de transporte público que são inimagináveis para o brasileiro comum. As redes de metrô levam a praticamente qualquer lugar e os ônibus são confortáveis e com intervalos mais que convenientes, embora sempre sofram com os engarrafamentos.
A grande dica para esses destinos é comprar passes relativos ao número de dias que você pretende ficar no destino. Normalmente há bilhetes para 1, 3 ou 7 dias. O melhor de tudo é que esses bilhetes permitem (na grande maioria das vezes) viagens ilimitadas em qualquer um dos meios de transporte (ônibus, trens e metrô). Há também a opção de comprar um cartão e carregar com o valor desejado, o que pode ser melhor para quem prefere caminhar. Porém, nas cidades citadas, as distâncias e a quantidade de atrações faz com que essa tática, apesar de saudável, seja pouco prática.
Há também a opção de incluir o transporte nos City Pass que oferecem descontos em atrações e evitam filas (falo sobre eles em um próximo post). É uma boa saída para economizar tempo e dinheiro caso a sua lista de atrações seja extensa e esteja contemplada na lista de locais englobados nesse passe turístico.
Pode-se comprar os City Pass no Brasil e receber em casa ou (minha opção preferida) recolher o passe em algum endereço da cidade destino (normalmente há algum ponto de recolhimento nos aeroportos ou perto dos centros turísticos e, algumas vezes pode mandar entregar no hotel onde vai ficar. Há também a opção de utilizar as cabines ou máquinas automáticas das estações de metrô locais, mas, mesmo com a possibilidade de usar o espanhol, pode ser complicado. Portanto, se você não domina a língua do país para onde vai, sugiro a compra antecipada – Dizer “A 7 day travelcard, please” deve funcionar nos guichês do metrô de países de língua inglesa.
Outra dica importante: verifique em qual parte da cidade você está hospedado e para onde vai precisar ir na maioria das vezes. O metrô costuma ser dividido em zonas (Londres é um exemplo disso) e a viagem para cada uma delas tem um preço diferente. Portanto, se você está na zona 1 e, no máximo, vai se deslocar para a zona 2, não é preciso comprar um ticket que dê direito de ir até as estações da zona 5. Observar esse detalhe pode economizar um bom dinheiro. Usei o exemplo de Londres, mas Nova York e Paris usam basicamente o mesmo sistema.
Nas três cidades há aplicativos que auxiliam o turista sobre qual a melhor linha e estação para chegar até determinado destino e o serviço de wi-fi nas estações funciona muito bem (esses aplicativos também serão tema de um post futuro).
Segurança
Apesar da possibilidade de você ser ameaçado por alguém portando ema faca ou uma arma de fogo, há um grande número de batedores de carteira (pickpockets) atuando nas estações de metrô de Londres e Paris (menos em NY) é grande. Muitas vezes á avisos sonoros nas estações avisando da atuação dessas gangues. Portanto, não relaxe apenas porque a sensação de segurança é grande. Não deixe sua carteira, bolsa ou celular dando mole. Mantenha sempre os olhos abertos e suas coisas perto de você.
Aluguel de carros
O aluguel de um carro pode ser feito de várias maneiras. Pode-se incluir essa opção na hora da compra da passagem aérea, diretamente nos sites ou balcões das empresas, no local de destino ou usando descontos de algum clube de vantagens (postos de gasolina ou cartões e crédito, por exemplo). Para destinos nacionais eu sugiro que o aluguel seja feito antes da chegada ao destino. Digo isso porque, apesar das grandes operadoras possuírem balcões nos principais aeroportos do país, a burocracia pode acabar causando dores de cabeça e atrasos. Além disso, é mais fácil verificar as diferenças de tarifa e os tipos de aluguel possíveis – quilometragem livre ou não, tipo de automóvel, wi-fi ou não, etc. – para as suas necessidades.
Já para os destinos internacionais a burocracia é bem menor. Normalmente, em menos de meia-hora você resolve tudo e sai dirigindo um carro nos principais aeroportos do mundo. Outra facilidade é o grande número de locais onde você pode devolver o automóvel, mesmo em outra cidade/estado. Eu mesmo saí de Miami e fui até Nova York, dirigindo milhares de quilômetros e passando por mais de dez estados, sem nenhum problema (essa história ainda vai se transformar em uma série de posts). Outra coisa que vale destacar é que no exterior, além das marcas famosas, há muitas empresas que oferecem o serviço e que são extremamente confiáveis e, algumas vezes, com preços mais em conta. Mas aí, o melhor é conferir in loco todas as opções. No fim do post coloco o link para algumas empresas de aluguel de automóveis.
Para obter mais informações sobre o transporte público siga os links (em inglês)
Empresas de aluguel de carros
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