Infelizmente a mesma lógica pode ser usada para muitos outros produtos.
As projeções para o mercado brasileiro de PCs não são nada animadoras. Mas a diretora da área de Consumo da Intel no Brasil, Gisselle Ruiz Lanza ainda enxerga oportunidades na adversidade. Diante do inevitável reajuste no preço das máquinas em 2016 – mais por conta do aumento do dólar do que da Lei do Bem – e de uma postura mais conservadora por parte dos consumidores, a Intel aposta da diversificação das ofertas, a partir de uma maior segmentação e diferenciação de recursos capazes de aumentar a percepção de valor agregado dos PCs para o consumidor.
“Além de mais opções de configurações e preço, o consumidor precisa ter bons motivos para comprar um PC novo. O valor percebido com a oferta de novas tecnologias tira um pouco a referência de preço, principalmente da mera comparação de configurações”, explica a executiva.
Segundo Gisselle Lanza, o preço médio praticado na categoria PCs nos últimos 12 meses variou menos de 20%. A depreciação do Real frente ao dólar nos últimos 18 meses foi de 80%. E nos últimos 12 meses, de 50%. Em algum momento, os fabricantes vão ter que ajustar essa diferença.
“Há muitas máquinas já no varejo produzidas com componentes comprados com dólar mais baixo”, afirma Carlos Buarque, Diretor de Marketing da Intel Brasil para a área de Consumo. “E mais de 90% dos componentes de um PC são fortemente impactados pelo valor do dólar”, completa Gisselle, lembrando que só o fim da Lei do Bem já será responsável por um reajuste de preços de no mínimo 12%.
A indústria está trabalhando fortemente junto ao governo no sentido de prorrogar a Lei do Bem. “Há a possibilidade da publicação de uma Medida Provisória nos próximos dias, suspendendo o fim dos incentivos agora em dezembro”, afirma Américo Tomé, gerente de marketing da Intel.
De qualquer modo, na opinião de Américo, a janela para a compra de PCs ainda sem o reajuste previsto para próximo ano é agora, entre a BlackFriday e o saldão pós-Natal, no início de Janeiro, com a liquidação de estoques.
Para aquecer
Pesquisas feitas pela empresa revelam que as máquinas 2 em 1 têm um forte apelo para a troca antecipada de máquina. “Do ponto de vista de comportamento, o que a gente tem visto é que o fato de ter o 2 em 1 na prateleira estimula a troca. Tem uma boa quantidade de consumidores que chega a antecipar a compra em 12 meses pelo fato de ter um dispositivo mais interessante para o perfil de uso”, explica Gisselle.
O 2 em 1 é, portanto, uma boa oportunidade para estimular essa base instalada de PCs com mais de 4 anos de uso. Até porque, de acordo com a executiva, a penetração dos dois em um no Brasil está abaixo da média mundial e também da média da América Látina. Em alguns países da região, como Colômbia, México e Chile, a penetração de 2 em 1 já está chegando a 15%, enquanto no Brasil fica entre 5% e 6%. As mesmas pesquisas revelam também que muitos consumidores que desejavam comprar um tablet desistiram da compra para adquirir um 2 em 1. “Comportamento que traz para o canal a oportunidade de aumento do ticket médio. A gente vê isso como uma oportunidade”, argumenta a executiva.
Um dos grandes desafios que a Intel teve nos últimos meses foi justamente aumentar a opção de escolhas, dos desktops aos 2 em 1. O que inclui novos formatos (All-in-One, 2 em 1, mini PCs), a chegada da 6ª geração Core no topo de linha e o lançamento de modelos de entrada, para compra da primeira máquina, rodando a mais recente geração dos Pentium.
“A gente nunca matou a marca na nossa estratégia de produto. A gente entende que no novo portfólio de preços o Pentium é uma boa opção para aquele consumidor de baixo poder executivo. O performance do Pentium de hoje é muito melhor que a do Pentium de 5 anos atrás. E vamos trazer máquinas mais finas, mais leves, com maior duração de bateria”, conta Gisselle.
Fonte: IDG Now!