Um novo mundo. Uma nova Cultura. É assim que a emissora vai se apresentar para o mercado a partir de agora. Com a proposta de alinhar a grade de programação ao modo atual como o usuário consome mídia, o canal compartilhou com a imprensa o que pensa para o próximo ano. No total, a empresa pretende colocar no ar 20 novas atrações, mas apenas 12 foram reveladas. A grande novidade no modelo é a abertura para o mercado publicitário.
À reportagem do Portal Comunique-se, o diretor comercial e de programação da TV Cultura, Marcos Amazonas, explicou que a crise e o boom de notícias negativas sobre a emissora acabaram desmotivando os profissionais e “apequenando” a empresa. “Eu visitava o mercado e eles me perguntavam se o canal não ia fechar porque era isso que eles liam na imprensa. Era praticamente inútil fazer reuniões. Com isso, decidimos inverter as coisas”. Amazonas assumiu o cargo de diretor em agosto deste ano e esteve envolvido em todo processo de mudança. Para ele, era importante mostrar o que a Cultura pode fazer pelo anunciante e pelo telespectador. Inclusive, ele explicou a mudança de postura com relação ao modelo financeiro. “Nós recebemos dotação do governo, que é uma grande vantagem, mas esse valor não é suficiente para cumprir o papel de ser inovador”.
Ainda não é possível saber quantos programas vão, de fato, para a grade da TV no próximo ano. A estratégia, agora, é levar todo o material para o mercado, com a proposta de recrutar investimentos para as atrações. A lista traz as seguintes propostas de exibições: ‘Canções da Terra’, ‘Programa Rolling Stone’ (em parceria com o impresso de mesmo nome), ‘DNA – Domínio No Ar’, ‘Metrópolis’ (reformulado), ‘Um Novo Estilo de Vida’, ‘Jogue o Jogo’, ‘Terra Dois’, ‘Novo Elenco’ (reality show dedicado ao teatro), ‘TV QI’, ‘Quintal’, ‘Robô TV’ e ‘O Quarto 13’. Em todas as atrações, as estratégias de interatividade e multiplataforma são percebidas.
Segundo Amazonas, o que vai acontecer se todos os projetos conseguirem financiamento é a readequação da grade. Ele afirma que não vai abrir mão dos programas existentes. “Vamos diminuir reprises, mudar o horário de alguns programas. Boa parte dos nossos lançamentos são semanais e ocupam espaço pequeno na grade”. O diretor explica que, diante dos pedidos dos telespectadores, o programa de Inezita Barroso, falecida neste ano, segue com as reprises. Já o de Antônio Abujamra deve sair da programação por questões de temporalidade.
As novidades refletem em outro ponto: investimento em digital. Para colocar a TV Cultura no novo cenário de consumo de conteúdo, o portal será reformulado. O executivo adianta ao Portal Comunique-se que ainda neste mês o internauta vai ter contato com a página atualizada, mas o redesenho segue sendo aprimorado e atualizado no ano que vem. Para atender a interatividade dos programas, a equipe de tecnologia do canal vai desenvolver aplicativos que serão lançados até abril de 2016. “O que quisemos fazer aqui foi mostrar que também sabemos fazer coisas para o futuro. Temos que nos inserir nessa nova maneira de consumo. Boa parte dos programas busca isso”.
A visão dele sobre conteúdo é que cada vez mais as empresas vão produzir seus trabalhos. “Hoje, a TV mais transmite do que produz. Isso é o passado. No futuro, você tem de apostar no próprio conteúdo para trabalhar em multiplataformas. E é por isso que vamos fazer uma TV Cultura para a próxima década”. Nos próximos dias, a emissora deve divulgar para o público o teaser que mostra os detalhes dos novos projetos.
Fonte: Comunique-se