Depois de se estabelecer nos mercados educacionais e do usuário final com produtos baratos e mais simples, o Google volta agora seus olhos para o segmento corporativo com sua nova oferta de Chromebooks. Nesta semana, a empresa anunciou a nova versão de seu sistema operacional baseado no navegador e em código aberto voltado para as companhias que precisam adaptar suas estruturas atuais para o mundo da computação na nuvem.
Em parceria com a Dell, que vai lançar novos produtos do tipo no mercado, o Google quer garantir que os sistemas legados das empresas possam ser utilizados e, mais do que isso, convertidos para a nova onda. É justamente por isso que o grande destaque aqui é um conjunto de ferramentas que permitirão a transição de aplicativos que rodam no Windows para os sistemas de nuvem da gigante.
Esse é um anseio antigo da companhia, que há anos trabalha ao lado de corporações frisando as vantagens do cloud computing – mais segurança, maior disponibilidade, colaboração e, acima de tudo, a possibilidade de um gerenciamento centralizado, estejam os funcionários no escritório, viajando ou trabalhando de casa. O que o Google percebeu é que, por mais que muitos clientes concordem com tudo isso, essa transição efetiva era um pouco dificultada pelos sistemas já em funcionamento, que exigiam adaptações, desenvolvimentos adicionais ou mudanças completas, algo que pode não ser muito viável ou, ainda, ter impacto sobre as receitas.
Para companhias de TI, pode até ser um trabalho importante, mas e quando se trata de empresas mais tradicionais ou com poucos funcionários? Foi justamente em uma visita a uma fábrica desse tipo que o Google percebeu o problema há cerca de um ano e decidiu agir.
Uma das principais adições é um sistema que vai permitir que usuários de Chromebooks acessem pela internet os sistemas de suas empresas, fazendo uso até mesmo de aplicações antigas, que nem mesmo sonhavam com uma arquitetura online. Isso além, é claro, dos sistemas de adaptação e desenvolvimento de novos softwares que estarão disponíveis para todos e facilitarão a transição. Além da Dell, empresas como a Citrix e a VMWare também fazem parte da empreitada.
Os primeiros computadores da nova leva de Chromebooks para o mercado corporativo chegam no dia 17 de setembro e, nos Estados Unidos, vão custar de US$ 399 (cerca de R$ 1,4 mil) até US$ 799, aproximadamente R$ 2,8 mil. Outras fabricantes, como Acer e HP, por exemplo, também devem incorporar os novos sistemas à sua oferta de máquinas futuras.
Concorrência direta
Mais do que atender às necessidades de seus clientes, a nova empreitada do Google é também uma forma de ampliar seu rol de ferramentas para trazer clientes para si e evitar que eles permaneçam na concorrência. Mais do que notar que o uso de sistemas legados é uma realidade, a empresa provavelmente reparou também que são poucas as empresas que pensam dessa maneira.
A HP, uma de suas parceiras na fabricação de Chromebooks, por exemplo, trabalha com foco em virtualização e adaptação, mas a partir de consultorias que auxiliam a transposição de aplicativos antigos para a nuvem. Enquanto isso, a Amazon prefere focar em suas próprias ferramentas e não possui nenhum tipo de assistente para realizar essa conversão. Parece que, pelo menos por algum tempo, o Google será um dos grandes nomes desse movimento se tudo der certo.
Fonte: Canaltech