Tomara que não caiamos em um Big Brother ou rede de corrupção e propina. Tecnologicamente, é uma ótima notícia.
O ‘WhatsApp’ privado do governo, projeto, coordenado pelo Serpro, já está sendo testado por 1800 funcionários e deverá chegara a seis mil funcionários até o final do ano. A ideia, porém, é não abrir demais a ferramenta. Apenas 10 mil servidores com funções de Inteligência deverão ter uso contínuo do serviço de mensagem instantâneo próprio, revelou o gestor do Rogério Bernardes Carneiro, do Ministério da Justiça. Mas haverá uma exceção: o produto será aberto aos responsáveis pela segurança das Olimpíadas 2016.
“Oferecemos a plataforma para os gestores dos Jogos Olímpicos, onde teremos dados sensíveis sendo trafegados na parte externa e interna do megaevento”, informou o executivo do Ministério da Justiça ao participar do Fórum Seminário Gestão de Segurança, promovido pelo jornal EL PAÍS em parceria com a FGV Direito SP, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
O WhatsApp, do Facebook, o OTT de mensagens mais usado, hoje, no país, não está proibido nas ações de segurança pública. “Quando o dado não é sensível, ele pode ser trafegado na rede pública e é uma ferramenta que está sendo usada pelos gestores de segurança. Mas com dados sensíveis é preciso ter um cuidado redobrado. A segurança é crucial para o sucesso da operação e eles trafegam pela nuvem privada. Não vão para a nuvem pública”, acrescentou.
O evento, realizado nesta quarta-feira, 18/03, com patrocínio da NEC Brasil, discutiu como a Tecnologia pode ajudar na elaboração de políticas na segurança pública e privada. Um dos projetos apresentados foi o SINESP – Sistema Nacional de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas – desenvolvida dentro da plataforma de comunicação segura Sikur, empresa 100% nacional, com o objetivo de bloquear vazamentos de dados e espionagem no mundo digital.
A plataforma inclui um pacote de aplicativos capaz de proteger o compartilhamento e armazenagem de arquivos; serviço semelhante ao oferecido pelo Dropbox, troca de e-mails e conversas on-line ao estilo do WhatsApp, do Facebook. O uso desta plataforma não se restringe apenas a desktops com o sistema operacional Windows. Ele também roda em tablets e smartphones Android ou iOS.
O executivo também falou do SINESP Cidadão, um aplicativo que surpreende pelos resultados. Lançado no ano passado, o app já registra mais de 4,6 milhões de downloads em smartphones e tablets. Na prática, a solução permite três tipos de buscas: sobre pessoas desaparecidas, pessoas com ordens de prisão expedidas e sobre a situação de veículos.
A próxima etapa é criar um app para os próprios policiais, que solicitaram ter uma versão própria para acessar dados mais diretos como se há mandato de prisão expedido, se há questões legais com a pessoa apreendida numa blitz, por exemplo. Carneiro não deu prazo para essa versão para policiais ficar pronta, mas garantiu que ela é está em desenvolvimento.
O uso da ferramenta segura de comunicação do governo nas Olimpíadas 2016 é considerado estratégico. Só para ter uma ideia, nesta quarta-feira, 18, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro anunciou o calendário completo de eventos-teste para a Olimpíada. No total, 44 competições serão realizadas na cidade entre julho deste ano e maio de 2016. Os jogos terão 159 instalações com diferentes características, com público, atletas e delegações.
Fonte: Convergência Digital