Uma coisa que não mudou desde o início da internet no Brasil é a fome da população por tudo o que for grátis. Foi assim com os provedores gratuitos (lembram?), com a resistência em pagar por informação ou para pagar até mesmo por um necessário antivírus.
Essa característica parece ser uma das marcas registradas do internauta brasileiro e mesmo depois de algumas décadas essa tendência não dá mostras de que vai mudar a fome pelo grátis.
Essa é daquelas notícias que devem surpreender apenas os mais jovens.
A cada dez aplicativos baixados no celular de brasileiros, nove (ou 93%) são gratuitos. Mas, quando esses usuários de smartphones pagam pelo download, o valor médio desembolsado é de US$ 1,26 (R$ 2,96). As informações fazem parte do estudo “Índice Qualcomm da Sociedade da Inovação”, divulgado nesta segunda-feira (17), elaborado em parceria entre a fabricante e o instituto Convergência Research.
A pesquisa indica ainda que dois a cada três brasileiros donos de smartphones (ou 65%) baixam aplicativos no celular. O índice é considerado baixo, se comparado ao de outros países, como o México. Lá, 76% dos usuários fazem downloads de softwares para portáteis. Os dados divulgados são todos em porcentagens, sem especificar valores absolutos.
Daqueles que baixam aplicativos no smartphone, 79% costumam fazer o download de mais de um app. Porém, a maioria dos programas baixados é de aplicativos internacionais (76%). Apenas 15% são feitos com foco no público brasileiro (por exemplo, dispõem de versão em português). Não foi possível, segundo o instituto Convergência Research, identificar a origem dos 9% dos aplicativos restantes.
Alguns fatores fazem com que os brasileiros não baixem tantos aplicativos quanto usuários de outros países. Entre eles está a falta de softwares móveis específicos para o público brasileiro, além da pequena variedade de aplicativos para tarefas procuradas pelos usuários daqui.
Outros dois fatores apontados pela Qualcomm foram a qualidade ruim da internet móvel no país, que desestimularia o usuário a baixar os aplicativos, e a falta de informação sobre softwares que o brasileiro gostaria de baixar no celular. O aplicativo até existe, mas a pessoa não consegue encontrá-lo.Para realizar o estudo, foram entrevistadas 1.400 pessoas, de todas as regiões do Brasil e de várias classes sociais distintas (cerca de 1.100 pela internet e 300 por telefone). A margem de erro da pesquisa é de 2,5 pontos percentuais.
Fonte: Uol