Realmente a experiência nos dá uma visão mais clara de algumas decisões que devem (ou não) ser tomadas. Assim como o clássico exemplo do jornalista/diretor que foi contratado para instituir a cobrança em um site de notícias, coisa que só aconteceu seis anos depois (quando ele nem mais trabalhava na empresa), a decisão de retirar a revista Newsweek das bancas foi mais uma daquelas tomadas na onda de que “as publicações de papel não têm futuro”, provavelmente por uma das jovens mentes brilhantes que povoam empresas e redações e que se auto intitulam “especialistas em jornalismo digital” ou algo do gênero.
Depois da saída das bancas, a revista foi vendida e a “nova” administração encontrou uma maneira de ganhar dinheiro e visibilidade com a edição impressa, que agora terá uma tiragem menor e vai trabalhar em parceria com a sua versão online, muito mais ágil, claro. Se ainda é complicado obter grandes lucros com a cobrança de assinatura nos órgãos de imprensa (os do Brasil são um ótimo exemplo), acabar com as versões impressas parece uma atitude que ainda não se sustenta, apesar de todas as “tendências” apontadas por aqueles especialistas citados acima. As possibilidades são muitas e cada caso precisa ser estudado com cuidado e individualmente. Simples assim.
Mídia impressa continua bem nos EUA
Uma pesquisa realizada em 150 mercados de mídia dos Estados Unidos — encomendada pela NAA (Associação de Jornais da América) — aponta que mais da metade (55%) do público que consome notícias nos EUA continua a ler seu jornal local apenas na versão impressa, com o restante desfrutando este conteúdo usando uma mistura de impresso, web e móvel em várias combinações.
Em um país com as características culturais e o nível de educação e inclusão digital da população, parece mais lógico apostar no papel do que apenas no digital, certo?