Ainda falta muito para o Brasil ter um comércio eletrônico decente. São pedidos não completados e que demoram dez dias para serem ressarcidos, links que não funcionam, preços fake e prazos de entrega indecentes. Por isso, a maioria das minhas compras foram feitas lá fora, em lojas nas quais posso confiar de olhos fechados.
E-commerce: R$ 770 milhões na Black Friday
A despeito do fato de muita gente ter relatado problemas para concluir suas compras na Black Friday 2013, realizada na sexta-feira, 29 de novembro, os que conseguiram chegar lá provocaram um belo salto das vendas do comércio eletrônico no País.
Segundo dados do E-Bit, houve um crescimento nominal de 217% nas vendas sobre a promoção de 2012 e a movimentação de R$ 770 milhões, o que quebrou “todos os recordes de faturamento em um único dia”.
Segundo a entidade, 1,95 milhão de pedidos foram feitos na internet, superando em cinco vezes as vendas de um dia normal e o ticket médio foi de R$ 396. As categorias de produtos mais procuradas pelos consumidores foram Telefonia/Celulares, seguida por Eletrodomésticos, Moda & Acessórios, Informática e Eletrônicos.
Pedro Guasti, diretor geral da E-Bit, afirmou, em comunicado, que a previsão inicial era de vendas de R$ 390 milhões na Black Friday, mas às 17 h a marca já havia sido batida. “Com o décimo terceiro em mãos e os descontos oferecidos, muitas pessoas aproveitaram para antecipar os presentes. O Natal, principal data sazonal do e-commerce, representa entre 15% e 20% do total das vendas do ano. Em 2013, certamente terá um peso maior por causa da Black Friday”, avalia Guasti.
Empresa que afirma ter trazido a Black Friday ao e-commerce brasileiro, a Busca Descontos, que reúne ofertas de 109 varejistas virtuais no www.blackfriday.com.br, registrou vendas de R$ 424 milhões. A empresa divulgou suas informações com base em dados da Clear Sale, que faz autenticação de vendas no e-commerce. O valor apontado é 95% maior que o movimentado em 2012. E o Busca Descontos esperava movimentar R$ 340 milhões.
O ticket médio divulgado pela Clear Sale foi maior que o do E-Bit: R$ 437, 9% maior que o de 2012 e 23% mais alto que o de uma sexta-feira comum. Enquanto na Black Friday 2012 as compras na madrugada (entre 3 h e 6 h) representaram 4% do total, este ano foram 8%.
Ainda nas análises da Clear Sale/Busca Descontos, a região Sudeste concentrou 68% das vendas, seguida da Sul e Nordeste (ambas com 12%), Centro-Oeste (6%) e Norte (2%).
O desconto médio das ofertas registradas no www.blackfriday.com.br foi de 20% (aqui, os dados são da Sieve, especializada em inteligência de precificação no comércio eletrônico, em comparação da média dos últimos 90 dias).
Redes Sociais
Segundo a E.life, que atua em inteligência de mercado e gestão de relacionamento nas redes sociais, a quarta edição brasileira da Black Friday gerou 172.251 depoimentos em redes sociais, monitoradas da meia noite do dia 29 até 23 h do dia 1º de dezembro.
A empresa afirma que os links de promoções mais replicados foram do fã clube do cantor sertanejo Luan Santana (937 replicações) e os que divulgavam promoções das lojas Americanas (133 replicações). As lojas mais citadas foram: Colombo (17.613 depoimentos), Extra (3.362), Submarino (3.031) e Casas Bahia (664).
Fonte: Meio & Mensagem
Comércio eletrônico brasileiro é falho e terá problemas em 2014
O comércio eletrônico brasileiro – por falta de infraestrutura – não está preparado para enfrentar os megaeventos que estão por vir, entre eles, a Copa do Mundo, sustentou o diretor-geral do 3º Seminário Nacional de Comércio Eletrônico, Meios de Pagamento e Negócios na Web (Ecom 2013), Marcelo Castro. A expectativa, segundo ele, é atingir R$ 30 bilhões até 31 de dezembro, cerca de 28% a mais em relação a dezembro do ano passado.
“O primeiro semestre do ano vai ser muito tumultuado. Acho que a gente vai ter um pico de problemas na cadeia lojista. Não tenho dúvida de que quem estiver comprando no e-commerce [comércio eletrônico] vai sofrer um pouquinho, porque o mercado continua crescendo, mas a estrutura de entrega está limitada”, disse. Além dos problemas de logística, das condições das estradas e da segurança, Marcelo Castro destacou que os comerciantes no Brasil estão enfrentando a concorrência de sites estrangeiros que se instalam no Brasil ou oferecem serviços aos clientes do país.
“Europeus e americanos estão vendo um jeito de fugir da crise lá vendendo no e-commerce deles aqui. A expectativa é os estrangeiros comprarem R$1,5 bilhão aqui no Brasil, mas a previsão é que brasileiros comprem R$ 2,6 bilhões em sites estrangeiros. A gente tem que estar preparado para não deixar este mercado vazar para o mercado internacional”, alertou.
Marcelo Castro participou nesta quinta-feira, 28/11, no Rio de Janeiro, da última etapa do Ecom 2013, seminário de e-commerce com foco na Copa do Mundo de 2014 criado para inclusão digital comercial. Antes do Rio, o evento passou pelas outras 11 cidades-sedes da Copa e ainda por Florianópolis e Belém. “As 14 capitais, que são as doze da Copa mais Florianópolis e Belém, representam 90,2% do PIB (Produto Interno Bruto), então dá uma boa cobertura econômica também”, esclareceu.
Segundo o diretor, as empresas procuram se equipar melhor para atender aos clientes que, cada vez mais preferem fazer compras pela internet. Castro disse que, desde a primeira edição, o Ecom aumentou o número de participantes. Em 2011 foram 6 mil e este ano atingiu 11 mil. Além disso, o público se tornou mais qualificado.
Segundo o diretor, pesquisas do Serviço de Proteção ao Crédito Brasil (SPC Brasil) e a Câmara Nacional de Diretores Lojistas (CNDL), apontaram que, em média, 70 % de varejistas, lojistas e comerciantes brasileiros não tinham endereço na web. “Na nova dinâmica da sociedade que a gente vive, onde o e-commerce cresce numa faixa de 30% ao ano, isso mostra que muitos comerciantes e lojistas estão fora desta onda, desse momento de oportunidade. Foi pensando nisso que o projeto Ecom fez em 2011 a sua primeira road show”, completou.
Numa prova que o brasileiro aderiu à Internet é a projeção da E-bit que as compras eletrônicas relacionadas ao Natal de 2013 devem movimentar R$ 3,85 bilhões. A expectativa representa um crescimento nominal (sem descontar a inflação) de 25%, na comparação com o mesmo período de 2012, quando o faturamento foi de R$ 3,06 bilhões.
De acordo ainda com a E-bit, entre 15 de novembro e 24 de dezembro, 10,3 milhões de compras devem ser feitas via internet. O tíquete médio estimado é de R$ 368. “O Natal é a data sazonal mais importante para o e-commerce e corresponde entre 15% a 20% do total das vendas do ano. Dessa vez, com a Black Friday, prevemos um peso ainda maior”, afirmou o diretor-geral da E-bit, Pedro Guasti, em nota, referindo-se à quarta edição da Black Friday Brasil, que começa nesta sexta-feira (29) e vai até domingo (1º) tanto para compras em lojas virtuais como no varejo tradicional.
Fonte: Agência Brasil