Agora que o Rock in Rio terminou, é chegada àquela hora em que todo mundo dá a sua opinião sobre o que foi bom e o que foi rui no festival. Depois de muito tempo, assisti tudo pela TV e admito que foi uma experiência bastante boa, apesar dos apresentadores e da péssima mixagem do som do Multishow.
O primeiro fim de semana do RIR foi, musicalmente, quase esquecível. Uma ou outra atração do Palco Sunset não caiu na rasteirice pop escalada para o palco principal. Ok, tivemos Thity Seconds to Mars e Muse, mas nada que compensasse Ivete e Beyoncé, que podem ter seu público, mas não tem qualquer relação com a marca Rock in Rio. A Homenagem a Cazuza? Uma pena. Melhor o rever o Tributo a Raul Seixas. Living Colour também mandou bem, assim como o encontro dos Autoramas com B Negão, sem contar o reencontro de Ivan Lins e George Benson, que estiveram na primeira edição do RIR, Benson fechando a noite de maior público da história do evento (250 mil pessoas). Mas o que valeu estava mesmo na segunda semana.
Os primeiros shows da segunda semana foram pesados e, tirando a papagaiada desse tal Ghost B.C., Alice in Chains e Metallica fizeram a alegria dos que gostam de guitarras altas e distorcidas. Na sexta, foi o dia do rock farofa do hoje sem voz Bon Jovi, um dos mais populares artistas dessa edição e de um Frejat que, mais uma vez, colocou a galera pra dançar, com seu show ultra competente. Porém, seja lá por qual razão, a programação do sábado (21) foi absurdamente superior a dos outros dias. No Sunset: Lenine, Moraes Moreira, Pepeu e Roberta Sá, além de Fernanda Abreu. No principal: Skank, John Mayer e o The Boss Bruce Springsteen que, repito pela enésima vez, nunca foi um de meus artistas favoritos, mas fez o melhor show do RIR 2013. Não sei se orientado por alguém que já tenha vindo tocar no Brasil várias vezes – lembro que ele e Paul McCartney tiveram o som cortado durante um show em Londres por passarem do horário permitido -, mas a verdade é que ele usou todos os trunfos para deixar o público aos seus pés. Foi para a galera (literalmente), falou várias palavras em português e ainda por cima cantou uma música de Raul Seixas (Sociedade Alternativa) em português! Juntando isso ao seu show básico de quase 3h, Bruce deixou todo mundo pra trás e ainda prometeu voltar “very, very soon“!
A última noite teve Iron Maiden. Eddie & Cia mandaram mais uma vez muito bem, mas receberam menos atenção da mídia do que o encontro entre Zé Ramalho e Sepultura, o Zépultura!
Fim de festa e até 2015.
PS: Muita gente pode não gostar do Skank, mas os caras têm um show que mexe com a plateia e faz qualquer grupo que entre depois ter que suar muito a camisa para superá-los!
Fotos: Marcelo Feitosa