O surgimento de aplicativos de serviços para smartphones e tablets cria oportunidades e desafios para empresas públicas e privadas
Mídias digitais tiveram papel importante nas manifestações populares deflagradas em junho deste ano em várias regiões brasileiras, e que demandaram melhoria em diversos serviços públicos, tais quais educação, saúde e transporte. Mas elas podem também ajudar a aprimorar a qualidade desses serviços, mostram projetos desenvolvidos especificamente com esse propósito: alguns, já com modelos de negócios, outros ainda fundamentados basicamente em uma ideia de cidadania.
Com um aplicativo mobile pode-se hoje, por exemplo, acessar serviços disponibilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), base do sistema público de saúde: por exemplo, obter o histórico de consultas anteriores, ou acessar resultados de exames.
Denominado Fly Saúde Mobile – e, por enquanto, apenas para Android -, esse aplicativo foi lançado há pouco mais de três meses pela empresa Betha Sistema, que comercializa o sistema de gestão pública de serviços de saúde Fly Saúde (o aplicativo trabalha com as informações oriundas das prefeituras usuárias desse sistema). “E chegará o dia em que esse aplicativo será utilizado para agendar consultas no SUS”, prevê Fábio Crispim, coordenador de desenvolvimento da vertical saúde da Betha Sistemas.
E no site MelhorEscola.Net é possível obter informações relativas às cerca de 195 mil escolas – públicas e privadas -, cadastradas no Ministério da Educação: notas nas avaliações governamentais, taxas de reprovação e de abandono, presença ou não de biblioteca, entre outras. Para fornecer mais subsídios a quem tenta escolher uma escola, esse site disponibiliza ainda avaliações provenientes de seus alunos, e dos pais desses alunos.
Em pouco mais de um ano consolidaram-se no Brasil diversas operações fundamentadas em aplicativos projetados para auxiliarem as pessoas a encontrarem táxis (e remuneradas a partir de taxas pagas pelos taxistas que a partir desses aplicativos são acionados por essas pessoas). Rapidamente, algumas dessas operações atingiram grandes dimensões.
Caso da EasyTaxi, hoje com mais de 1,5 milhão de usuários e 45 mil taxistas cadastrados. Presente também em outros onze países, no Brasil ela já oferece serviços em vinte cidades. “Até o final do ano, queremos estar em umas trinta cidades brasileiras”, adianta Tallis Gomes, diretor-executivo da Easy Taxi. “Simplificando o acesso a eles, nosso aplicativo amplia o uso de táxis, pois as pessoas sentem-se mais seguras para deixarem seus carros em casa, e isso colabora para a melhoria do trânsito”, ele argumenta.
Já a Taxibeat, observa Sandro Barretto – gerente de marketing dessa operação no Brasil -, ajuda a elevar a qualidade dos serviços de táxis também por disponibilizar aos usuários ferramentas para sua avaliação: “Quando sabe estar sendo avaliado, o taxista preocupa-se em atender melhor”, ele destaca.
Criada na Grécia, a Taxibeat chegou há cerca de um ano ao Brasil, onde já está presente em São Paulo e no Rio, tem cerca de 8 mil taxistas cadastrados, e recebeu mais de 150 mil downloads. “O número de corridas que passa pelo aplicativo dobra a cada mês”, relata Barretto.
Fonte: ProXXIma