Formado em 1978 pelos músicos Fernando Melo e Luiz Bueno, o Duofel vem escrevendo um dos capítulos mais bonitos da música instrumental brasileira. Exímios violonistas, a dupla encanta com arranjos criativos e sonoridades nada óbvias, seja em composições próprias ou de mestres do erudito ou popular, como os Beatles.
O novo trabalho do duo é o elegante e excelente Duofel pulsando MPB (selo Fine Music), onde os diversos violões recriam canções de gênios da nossa música, como Chico Buarque (Construção/Cotidiano/Deus lhe Pague), Tom Jobim e Vinícius de Morais (Água de Beber), Dorival Caymmi (O Vento), Geraldo Vandré (Disparada) e Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro (Palhaço).
Sempre longe do lugar comum, Luiz e Fernando dão novas roupagens e encontram acordes escondidos e que se encaixam perfeitamente no contexto de cada uma das interpretações. Difícil explicar o que eles fazem com cada uma das canções, seja com os violões de seis ou 12 cordas, ou com o uso de arcos.
O resultado é sempre a abertura de um novo horizonte, mesmo para os temas mais familiares. Exatamente como diz o texto de divulgação que acompanha o disco. O Duofel constrói sons como verdadeiros artesãos.
O Duofel é daquelas coisas que nos dá orgulho de ser brasileiro.
Uma versão desse texto também foi publicado no jornal O Fluminense