Demorou para acontecer, mas aconteceu: alguns “executivos” e/ou “especialistas” chegaram à conclusão (no início do mês) de que a divulgação de links com matérias dos veículos da Globo no Facebook prejudicavam o tráfego nos sites controlados por eles. Por conta disso, enviaram um e-mail aos funcionários proibindo essa divulgação nos canais oficiais da Editora Globo, jornal O Globo e G1 – por algum motivo a TV Globo ficou de fora dessa diretriz.
Segundo a empresa, um estudo mostrou que as pessoas estavam usando o Facebook como um RSS, lendo apenas a chamada, sem ir até o site para ver toda a notícia.
Ok. Não vou discutir a qualidade e validade da pesquisa, mas acho mais que válido discutir a qualidade da medida tomada para reverter ou redirecionar esse desvio. Parece àquela mentalidade de gestores de segurança – que preferem proibir todos os acessos para evitar falhas na segurança – ou dos maridos traídos – que preferem tirar o sofá da casa para evitar que a esposa o traia com alguém no móvel.
A decisão lembra a velha briga entre mídias tradicionais e digitais (algo que eu até pensava já tinha acabado em muitas empresas) e me incentivou a escrever sobre ela, antes mesmo de ler a opinião de um dos gurus da internet – assunto sobre o qual farei um post -, o britânico Andrew Keen: historiador, cientista político e autor do best-seller O Culto do Amador, no site do Meio & Mensagem. Assim como eu, ele acha que a decisão da Globo foi “estúpida e imprudente“.
Será que ninguém pensou na repercussão negativa da iniciativa ou acharam que o burburinho criado valeria o risco? Acho que perderam a chance de aproveitar o desmanche no “‘conglomerado“‘ (com aspas triplas) do bispo.