Primeiro um aviso: se você ainda não viu o filme, não leia esse texto. Caso já tenha visto ou apenas não ligue muito em saber a história do filme, vá adiante.
Ainda antes de começar a falar do longa propriamente dito, um comentário: é impressionante como empresas do porte da Disney ou da Sony Music podem tomar decisões mesquinhas (em termos de economia). Não fazer uma cabine no Rio de Janeiro (limitando o número de veículos que puderam enviar alguém até São Paulo para ver o filme antes do lançamento é indefensável) acabou fazendo com que essa crítica só pudesse ser postada hoje (uma pena para os meus três leitores). Falta de dinheiro eu garanto que não foi. Talvez uma certa soberba em achar que seu produto seja tão importante que não mereça esse esforço. Who knows?
O filme
Homem de Ferro 3 vai dividir opiniões (ponto). Enquanto os mais puristas vão detestar o filme, os amantes dos filmes de ação devem apenas gostar dele, enquanto o público feminino parece considerá-lo o melhor da série. E, por mais estranho que pareça, todas as opiniões têm ótimos argumentos para sustentá-las.
Quem gosta de quadrinhos vai dizer que, de uma só vez, o filme acaba com dois pilares da história de Tony Stark: o Mandarim, um dos maiores inimigos de Stark e que é transformado em um fantoche idiota) e seus problemas de saúde (um dos fatores que o tornam/tornavam o herói mais humano e interessante). Já para os fãs dos filmes de ação e da enxurrada de super-heróis que invadiu as telas nos últimos anos, o filme fica abaixo dos dois primeiros da franquia, mas não de uma maneira vergonhosa, o que já é uma boa conquista. Muitos vão dizer que o diretor Shane Black exagerou, mas isso é bom para calar a boca dos entendidos que viviam reclamando do trabalho de Jon Favreau nos longas anteriores.
Por falar em conquista, parece que, mercadologicamente falando, a opção por dar mais espaço para o papel de Pepper Potts foi mais do que acertada. Se os fãs de quadrinhos irão ver o filme de qualquer maneira (assim como quem gosta de ação), a Disney parece ter mirado (com sucesso) nas mulheres. Todas com as quais falei (nenhuma delas fã do herói ou de filmes de ação) acharam o novo filme o melhor da trilogia. Parece mesmo que discutir a relação é coisa que agrada ao universo feminino (infelizmente).
Minhas reclamações ficam concentradas no direcionamento que o personagem pode ter de agora em diante. O roteiro, repito, matou um de seus melhores inimigos e de quebra tornou Tony Stark em uma pessoa responsável emocionalmente e ainda por cima saudável. Só falta ele ir correr uma maratona e se transformar definitivamente numa espécie de Duro de Matar. Fico curioso como farão para manter a franquia interessante, se é que ainda pensam em uma nova continuação.
Se o roteiro é o ponto fraco, o ponto alto vem por conta do elenco onde todos (até o subutilizado Ben Kingsley) estão ótimos. Robert Downey Jr. continua brilhante e suas tiradas sarcásticas e cheias de humor nada correto são certeiras.
Vocês podem/devem ter notado que não citei o verdadeiro vilão da trama nem o teor de seus atos (terroristas), que servem como motivação para a luta contra o mundo livre. Bem, achei melhor deixar um pouco de suspense e mistério para ser descoberto no escurinho do cinema, chupando drops de anis.
Que Tony Stark deixe para trás suas crises de ansiedade e pânico e arrume um terapeuta melhor, pois algo me diz que suas sessões podem acabar de forma violenta.
PS: O filme tem versão em 3D, mas que é usado de forma protocolar e não acrescenta muita coisa ao filme. A versão 2D não vai decepcionar.
Leia sobre os outros filmes do herói.