A série Tons, que reúne sempre três discos emblemáticos de expoentes da música popular brasileira, ganha mais um volume, desta vez dedicado ao cantor e compositor carioca Luiz Melodia.
A Universal Music empacotou discos de três décadas diferentes (anos 70, 80 e 90), conseguindo desenhar um bom panorama da obra do artista, começando pelo primeiro disco lançado por ele – Pérola Negra (1973) -, que já continha entre suas dez faixas as hojes clássicas Vale Quanto Pesa e, principalmente, Estácio, Holly Estácio. Mas o disco não fica só nisso, há muitos outros tesouros, como a faixa-título e também Magrelinha.
O segundo disco da caixa – Felino (1983) – não tem o mesmo peso e inspiração de Pérola Negra, mas nem por isso não deixa de ter os seus momentos, apesar dos arranjos notadamente voltados para alcançar o padrão radiofônico da época, algo que nem sempre combinava com as composições do “Negro Gato” Melodia.
Já Pintando o Sete (1991), álbum que fecha a triologia, foi lançado na esteira do grande sucesso da regravação de Melodia para Codinome Beija-Flor, canção que estourou como parte da trilha sonora da novela O Dono do Mundo e apresenta novamente o artista em boa forma.
A caixa ainda vale por trazer as artes originais dos LPs agora adaptadas para o formato de CD e pelo belo trabalho na remasterização do som. Nunca Melodia soou tão bem!
Uma versão desse texto também foi publicado no jornal O Fluminense