O mundo anda pegando fogo. É bombeiro transando na escada Magirus, bombas explodindo na maratona de Boston, fogo em uma usina de fertilizantes no Texas, mortes e muita tensão em todo o mundo, isso sem falar no louco Coreano, que vive ameaçando jogar uma bomba na cabeça de seus inimigos. Qualquer um desses assuntos seria um ótimo tema para discorrer minhas ilações inúteis, mas nossas cagadas domésticas podem ser menos graves (e são), mas não podem passar sem o registro da cara de pau, falta de simancol e má orientação de nossos governantes.
O tema da vez é a tentativa de roubar o direito e o patrimônio dos donos de cadeiras cativas do Maracanã. É impressionante como até pessoas que aparentemente são sérias (ou menos canalhas) que a maioria dos políticos pode cometer erros tão primários e dar declarações tão infelizes quantas as feitas pelo secretário da Casa Civil do governo do Rio de Janeiro, onde disse que o fato dos donos das cadeiras cativas do Maracanã terem comprado esses espaços “para a Copa de 50” não lhes dá o direito de assistir outras Copas realizadas no país. A frase deveria ter ido até o pedaço onde diz que “as pessoas compraram esses bens“. Assim como um apartamento ou um carro, as cadeiras cativas são propriedade privada e não podem ser transferidas para outros sem consulta prévia (e mesmo com consulta).
Se o governo já sofreu uma derrota similar na época dos Jogos Panamericanos, parece que não aprenderam a lição e fazem questão de pagar mais um mico. A falta de respeito com a população e a ganância desse povo é de arrepiar. Esperar que alguém da assessoria de imprensa oriente seus clientes é utopia (hora de ouvir um fado cantado pelo Roberto Leal), mas deixar que eles digam coisas como: “o querer de alguns não pode prejudicar acordos internacionais já fechados“. Peraí, fazer contratos com os bens alheios pode, Arnaldo? Proibir que as pessoas acessem seus lugares adquiridos honestamente?
Na boa, é de matar esse tipo de atitude que, em conjunto com a demolição dos prédios do complexo do estádio (natação e atletismo) e dos problemas estruturais do Engenhão e dos prédios que seriam destinados aos sobreviventes do Morro do Bumba, mostram a índole de nossos governantes.
Entenda melhor o caso aqui.