O Queen foi, durante alguns momentos da década de 80, a maior banda de rock do mundo, mesmo que muitos torçam o nariz para o timbre da guitarra de Brian May, as composições operísticas da banda, os riffs black/dance de John Deacon ou os trejeitos extravagantes do vocalista Freddie Mercury. O documentário Freddie Mercury – The Great Pretender (ST2) revela, através de entrevistas com os outros membros do Queen, amigos e o próprio Freddie, as várias faces do homem que é ouvido em todas as finais de campeonatos esportivos, com sua We Are the Champions.
O Brasil tem destaque no filme. A primeira cena é logo a da apresentação do Queen no Rock in Rio, quando Mercury cantou I Want to Break Free vestido como no clipe da canção. Há também um recado para o público brasileiro: “Façam um Carnaval sempre que ouvirem uma das minhas canções” e uma constrangedora pergunta feita pela repórter Glória Maria, que serve para mostrar como é árdua a vida de uma estrela.
O filme gira em torno da vida e da carreira solo de Freddie – o Queen é mais bem representado no ótimo Days of Our Lives, também disponível no Brasil – e mostra que o homem era, na maioria das vezes, bem mais pacato e tímido do que a persona pop que criou. Estão lá os gestos exagerados, os palavrões (uma de suas marcas registradas), mas também a lealdade com os amigos e uma musicalidade que foi exercida até os momentos finais da vida, quando foi vencido pela Aids.
Há de tudo um pouco em Freddie Mercury – The Great Pretender, sua admiração e o processo criativo com a soprano Montserrat Caballé, a quase parceria com Michael Jackson (há trechos de canções gravadas pela dupla e que deveriam ter sido finalizadas para a inclusão no álbum Thriller) e momentos descontraídos durante as gravações de alguns clipes.
Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense