Wilson das Neves pode não ser um rosto conhecido do grande público, mas é ampla sua atuação como baterista de artistas renomados como Chico Buarque e praticamente toda a nata da MPB, tendo no currículo gravações até mesmo com Sean Lennon, filho do ex-beatle John Lennon. Wilson chega a este quarto CD – Se me chamar, ô sorte (MPB/ Universal) – onde se aventura nos vocais com um resultado dos mais agradáveis.
Os arranjos, a levada da bateria (segura e suingada) e a segurança de Neves na interpretação de suas composições ficam logo evidentes na música-título que abre o CD, onde divide os vocais com o parceiro Claudio Jorge.
O que se segue é uma coleção de sambas que falam de amor, sofrimento, alegrias e tristezas, sempre com a mesma elegância com que Wilson das Neves se veste ou comanda suas baquetas.
Parcerias
Wilson escolheu bem seus parceiros, com destaque para Paulo César Pinheiro e Chico Buarque, com quem compôs a bela Samba Para João, canção que fecha o álbum e na qual, hipoteticamente, passa o bastão do seu legado musical para o bisneto. “Se me chamar, ô sorte” desponta como um dos grandes discos de 2013. Difícil imaginar algo mais classudo que o samba de Wilson das Neves.
Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense