Alfred Hitchcock é um dos mais brilhantes diretores de cinema de todos os tempos. Hitch – como gostava de ser chamado – era uma figura complexa, criador de grandes sucessos e de tremendos fracassos, que deixaram alguns estúdios em maus lençóis. A notícia de que um filme contando parte da história do diretor, tendo como protagonista Anthony Hopkins, deixou todos os amantes da sétima arte alvoroçados, mas o resultado ficou aquém do esperado.
O estranho é ter que fazer a crítica sobre o filme e ter que dizer que, apesar dos trejeitos perfeitos, Hopkins não é o melhor ator em cena na película, que também conta com a belíssima Scarlett Johansson no elenco. Difícil conseguir escolher as palavras para dizer ao leitor que o filme não é ruim, mas foi justamente ignorado na premiação do Oscar.
A trama tenta (de uma maneira um tanto quanto dramatizada) contar a história da produção, filmagem e lançamento de um dos filmes mais icônicos da carreira do diretor: Psicose. O problema do filme é não conseguir se aprofundar em nenhum dos temas abordados, um claro problema de um mau roteiro.
Nem a personalidade complexa de Hitckock, nem sua relação com a esposa e fiel escudeira Alma (interpretada brilhantemente por Helen Mirren), nem a desconfiança de todos no projeto (que chegou a ser recusado pela Paramount e teve que ser bancado pelo diretor, com a hipoteca da própria casa) – vale ressaltar que seu filme anterior – Um Corpo que Caí, hoje considerado um clássico – foi um retumbante fracasso na época de seu lançamento, nem mesmo as manias do diretor, nada é contado de maneira esclarecedora, tornando o filme interessante só para quem já conhece o trabalho do diretor.
Hitchcock – O Filme, que estreia no Brasil na sexta (1/3), acaba sendo uma boa diversão para os inciados, com cara de Sessão da Tarde, sem grandes ambições ou revelações. Ainda falta ser feito um longa verdadeiramente definitivo sobre o Mestre do Suspense, tão inventivo quanto controverso, vitorioso quanto fracassado e que só recebeu um Oscar pelo conjunto de sua obra.