Pesquisa mostra que o software nacional tem uma dura lição de casa para fazer. Isso porque apenas 15% das empresas de software do país têm certificação – a maior parte no MPS.br, programa da Softex, e nos níveis considerados mais simples – E e G. Levantamento aponta ainda que as empresas do Centro-Oeste, Nordeste e Norte têm mais certificações em comparação com as da região Sul e Sudeste. A razão é simples: a exigência do governo.
O levantamento, batizado de Censo do setor de TI, realizado pela MBI em parceria com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação (Assespro), ouviu 285 empresas, de 19 estados do país, sendo 63% desenvolvedoras de software e 55%, revendedoras de software sob encomenda.
No item certificação, o estudo constatou que 28,4% não possuem nenhum profissional certificado e o mesmo percentual (28,4%) possui de um a dois profissionais certificados na empresa. Em relação às certificações empresariais, a mais comum é a MPS.br, níveis E a G, presente em 15,4% das empresas, seguida pela ISO 9000, com 13%. Já a CMMI, níveis 2 ou 3, está presente em 6,7% das empresas, enquanto que apenas 3,2% possuem a certificação MPS.br, níveis A a D.
“Essa questão da certificação fica clara que ela é encarada como um custo, não como um investimento para fomentar novas vendas”, diz Roberto Mayer, responsável pelo estudo, divulgado nesta terça-feira, 14/08, durante a 5ª Conferência da Qualidade de Software, realizada na capital paulista.
Outro dado considerado relevante é o fato de as empresas de software terem, apesar de não terem a certificação dos seus produtos, grandes empresas entre os clientes. Para Mayer, isso significa que boa parte das empresas está vendendo software de prateleira – que não exige qualidade para os seus funcionários.
“Os desenvolvedores estão em menor parcela”, salienta. Apesar de admitir que a certificação do software é baixa no país, Mayer destaca o bom resultado do programa MPS.br, liderado pela Softex. “Eles já estão em 20% das empresas e são fortes nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que precisam vender para o governo. Mas é preciso um trabalho mais forte nas regiões Sul e Sudeste”, observa.
O Censo procurou identificar também as ferramentas utilizadas pelas empresas de TI. A maioria, 85,3%, utiliza como sistema operacional a família Microsoft, enquanto que o Linux esta presente em 49,1% das empresas. A família Apple aparece na quinta colocação, presente em 14,7% das empresas.
Fonte: Convergência Digital