Frank Zappa era um roqueiro reconhecido por sua criatividade, seu engajamento político e seus discos pouco ortodoxos. Para comemorar o resgate dos diretos da obra do artista pela família do músico, todos os álbuns de Zappa – com os The Mothers of Invention ou da carreira solo – voltarão ao mercado, pela Universal Music. Dois desses discos já podem ser encontrados na lojas – We´re Only on it For the Money (1968) e Hot Rats (1969).
Vale avisar que os discos de Zappa não são simples de serem ouvidos. We´re Only on it For the Money, por exemplo, está sempre nas listas dos mais importantes discos de todos os tempos, mas, apesar da sua excelente capa parodiando o LP Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, e de seu conteúdo humorístico/de protesto, é um álbum no qual o ouvinte precisa mergulhar no momento no qual ele foi criado e, de preferência, tenha um inglês bom o suficiente para entender os vários diálogos contidos nele. No álbum há também loopings, sons tocados de trás para frente e até mesmo alguns momentos de música. O relançamento segue a edição lançada por Zappa para o seu selo e não a edição original, que contou com vários trechos censurados, o que nunca agradou o roqueiro.
Já Hot Rats, é o segundo disco solo de Zappa e, das seis canções que compões o álbum, cinco são instrumentais. Segundo o próprio artista, o disco pode ser definido como um filme para os seus ouvidos. Nunca entendi bem o que ele quis dizer com isso, mas a verdade é que o disco é bem mais fácil de ser entendido pelo ouvinte casual do que o título anterior.
Vale conferir o legado de um dos artistas mais inquietos da história da música.
Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense