Tuskegee traz releituras de sucessos
O hitmaker, baladeiro e ex-vocalista dos Commodores, Lionel Richie, rebobina alguns de seus sucessos em versões onde divide os vocais com astros da música country norte-americana. O resultado é um pouco confuso. Como disco de duetos, Tuskegee (Universal) – nome da cidade onde o compositor nasceu – funciona bem, mas como disco country, nem tanto.
Afinal, não é fácil dar nova identidade musical para canções tão marcantes no pop como All Night Long, Easy ou Hello. Infelizmente, Lionel e seus produtores não conseguiram ultrapassar esse obstáculo. A maioria das faixas mantém o clima das gravações originais, sejam as baladas, as canções soul ou as dançantes. Os arranjos utilizam um banjo aqui, uma steel guitar ali ou uma gaita acolá, mas nada que transforme as músicas em algo parecido com algum dos sabores do verdadeiro country. Nem mesmo o bom dueto com Willie Nelson em Easy muda o panorama do trabalho. Talvez o resultado mais próximo do imaginado pelo artista tenha acontecido em Angel, faixa que fecha o disco em uma parceria com Pixie Lott.
A voz de Richie dá uma escorregada ou outra – coisas da idade -, mas ainda mantém o timbre característico que dominou as FMs nos anos 80. Os convidados são de primeira linha – nomes como Kenny Rogers, Blake Shelton e Shania Twain, além do já citado Willie Nelson, entre outros –, mas a força das versões originais impede um resultado mais profundo. No fim, Tuskegee é um disco que usa o repertório como pilar. Uma boa coleção de regravações de clássicos de Lionel Richie.