Parece que as gravadoras estão encontrando uma maneira de sair do buraco. Não que o buraco seja tão fundo, mas foram décadas de grandes lucros fáceis com pouquíssimo trabalho, até o surgimento do Napster (lembram dele?). Agora, a venda de discos aumenta nos EUA pela primeira vez desde 2004. Muito por conta da volta do vinil e muito por conta do fenômeno Adele – que me parece um ser meio clonado da falecida Amy.
Bom saber que, a despeito da qualidade (ou falta dela), as pessoas voltaram a ouvir música do começo ao fim e não apenas arquivos isolados e sem contexto.
Fiz a minha parte em 2011 – ainda faltam vários post sobre minhas compras – e pretendo continuar contribuindo com a indústria em 2012.
As vendas de álbuns nos EUA subiram no ano passado pela primeira vez desde 2004. Analistas acreditam que o crescimento reflete a redução nos preços dos discos e as ofertas especiais, além da alta no mercado de vinil. As vendas de álbuns subiram 1,4% para 330,6 milhões em 2011, segundo dados publicados pela revista Billboard. Em 2010 foram 326,2 milhões. O pequeno aumento no maior mercado musical do mundo é uma boa notícia para a indústria após anos de queda nos lucros.
“Isso pode ser pela política agressiva de preços dos álbuns. Eles estão sendo vendidos a um valor muito mais econômico para os consumidores, que consideravam US$ 10 muito caro”, disse Keith Caulfield, um dos diretores da Billboard.com à Reuters.
Adele liderou a parada de sucessos em 2011, com 5,8 milhões de cópias vendidas do álbum “21” e 5,8 milhões do single “Rolling in the deep”. “21” foi o disco mais vendido nos EUA desde “Confessions”, de Usher, sete anos atrás. O segundo álbum de Adele não deixa o Top 10 da Billboard americana desde março. Ele vendeu mais que o dobro do segundo lugar da lista, “Christmas”, de Michel Bublé (2,4 milhões).
Bom desempenho americano não se repete no Reino Unido
As vendas de CDs nos EUA caíram 6% no ano passado, mas o aumento de 20% no número de álbuns digitais significou um recorde de US$ 103,1 milhões de discos vendidos, superando as perdas, segundo dados da Nielson SoundScan. A venda de músicas digitais cresceu 8,5% em 2011, alcançando o recorde de 1,27 bilhão de canções baixadas, em comparação ao 1,17 bilhão de 2010.
A venda de álbuns de vinil atingiu 3,9 milhões de cópias, em comparação aos 2,8 milhões vendidos em 2010. Caulifield disse que o crescimento na venda dos discos de vinil era uma “loucura”, atribuindo o sucesso a um “mercado inexplorado”.
“Está chegando a dois tipos de consumidores — os mais antigos que lembram dos discos de vinil com afeto, e muitos até têm mesas de som, e os mais jovens que podem ter uma cópia física na mão e aquela obra de arte para olhar”, analisa.
O bom desempenho do mercado americano não se repetiu no Reino Unido. Apesar do crescimento nas vendas digitais e do ressurgimento do vinil, as vendas combinadas caíram pelo sétimo ano seguido, dessa vez 5,6%, chegando a 113,3 milhões de cópias. No pico da indústria, em 2004, o número foi de 163,4 milhões de cópias vendidas. A venda de músicas digitais cresceu no Reino Unido 26,6%, para 26,6 milhões, mas as vendas de CD caíram 12,6%, chegando a 86,2 milhões. Os discos de vinil venderam 389 mil cópias.
Fonte:Reuters