Acontecimentos assintomáticos, são como as doenças que, sem qualquer aviso, nos derrubam. São como as pessoas que, sem um pingo de consideração, nos deixam para trás. Até mesmo os desastres naturais assintomáticos são terríveis, mas, anyway, são bem menos terríveis do que aqueles que já haviam dado pistas de que iriam acontecer e tiveram essas pistas ignoradas.
A tragédia que se abateu depois das chuvas torrenciais que caíram no estado desde o início da semana – piores que as de 1988, das quais me lembro bem – teve consequências devastadoras, mas muito piores do que deveriam, por conta do descaso de autoridades que, além de ignorarem a ocupação de morros por marginais, a criação de favelas e comércio clandestino, também incentivaram a ocupação de áreas de risco.
Agora, é contar os mortos e rezar para que São Pedro nos dê uma trégua.
O inesperado pode ser bom. Pode ser o renascer de algo que parecia perdido para sempre, pode ser a descoberta de alguém que sempre esteve por peto, mas pode ser também apenas um golpe de liberação. Um desastre humano (ou inumano).
Esperar que se dê um tempo é ingenuidade. Será que não veem isso?