O Café Florian, em Veneza, com mais de 300 anos, corre o risco de fechar as portas por causa da pandemia e dos estragos da enchente de 2019
A grande enchente que atingiu a cidade de Veneza, na Itália, em 2019 causou grandes estragos no Café Florian — o mais antigo do mundo, com mais de 300 anos de fundação.
Os estragos, em conjunção com os efeitos da pandemia no turismo, estão ameaçando o destino da casa tricentenária, da Praça de São Marcos.
O local, além de cheio de história, também é agradabilíssimo e muito estiloso. Sentar em uma de suas mesas, tomar um café e ouvir música ao vivo, não tem preço.
Prejuízo de 1 bilhão de euros
O prejuízo causado pela enchente foi enorme (€1 bilhão/R$ 6,4 milhões) e a enorme queda no número de clientes não está permitindo que os donos do café consigam manter as contas em dia.
— Não sobrou ninguém em Veneza. Na Praça de São Marcos não há estabelecimentos abertos. Os museus estão fechados. No verão, poderíamos lidar com 20 ou 30% do faturamento normal. Mas agora nem abrimos, porque não há absolutamente nenhuma alma na cidade — conta Marco Paolini, gerente do café, à revista americana Architectural Digest.
Muita história
Fundado em dezembro de 1720 por Floriano Francesconi, com o nome de “Alla Venezia Trionfante”, o Café Florian é hoje um ícone da cidade (e do mundo).
Não há turista que não queira passar alguns momentos no mesmo espaço que outros frequentadores ilustres (Marcel Proust, Andy Warhol, Friedrich Nietzsche e Charles Chaplin, para citar alguns) já dividiram.
— Essa crise não é apenas econômica, mas histórica, já que o Café Florian é um pedaço da história italiana conhecida em todo o mundo — diz Paolini.