Lei promulgada para defender a igualdade de gênero acaba sendo usada em favor dos homens. Multa para Paris é de 90 mil euros
Essa é daquelas notícias que recebem pouca divulgação e devem deixar arrepiados e cheios de horror os “patrulheiros do politicamente correto” e os que acham que tudo é movido por preconceito: a Prefeitura de Paris foi multada por ter mulheres demais em cargos de chefia.
Muitos devem estar pensando: “como isso é possível em 2020?”. Bem, a resposta é simples: preconceito contra gênero (ou favorecimento de gênero).
Homens sendo preteridos em Paris
A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, foi quem fez o anúncio da multa de 90 mil euros por conta do descumprimento de uma lei de 2013 que exige que pelo menos 40% dos cargos de chefia sejam ocupados por homens ou mulheres.
Essa lei, criada para impedir o favorecimento de um gênero em detrimento do outro (em outras palavras: dos homens em relação às mulheres), acabou favorecendo o “gênero errado”.
Em 2018, a Prefeitura de Paris tinha 11 mulheres e 5 homens. Isso significa serem 35% de mulheres contra 31% de homens, uma clara violação da regra de “equivalência de gênero”.
Ou seja, o preconceito (ou favorecimento de alguma “categoria”) não é privilégio de homens ou mulheres, mas sim do ser humano.
O governo de Anne Hidalgo fez grandes avanços em várias políticas importantes para a cidade (como o incentivo ao uso da bicicleta e o banimento de veículos movidos por combustão até 2030).
Essas políticas levaram a reeleição de Hidalgo e a bons índices de avaliação de seu governo que alcançam mais de 41% de ótimo ou bom.