Notícia importante para os que gostam de TV por assinatura.
Quatro anos após a aprovação da Lei da TV Paga, que exige cotas de produção nacional para operadoras do mercado, entre outras determinações, grupos de mídia estrangeiros falam sobre bons resultados no Brasil. O tema norteou debate conduzido no RioMarket, encontro para negócios do setor audiovisual realizado ao longo do Festival do Rio.
Para a executiva Krishna Mahon, diretora de conteúdo original da A&E – responsável pelo canais History, A&E, Lifetime e H2 no Brasil -, a determinação legal fez com que o grupo fosse obrigado a recorrer a soluções inovadoras. “A cota de produção nacional não afetou nosso orçamento, então precisamos ser mais criativos do que nunca”.
O resultado mais significativo foi do A&E. “Com a experiência positiva de ‘Até que a Morte nos Separe’, em coprodução com a Prodigo Films, e depois do ‘Polícia 24h’, que fizemos em parceria com a Band, aumentamos em 250% nossa audiência”, comenta a profissional. “Hoje, o canal passa por uma reestruturação e está mais aberto a atrações com conteúdo investigativo, experiências sociais, realities com personagens marcantes e séries de entretenimento”.
O cenário foi parecido na Turner, que programa canais como TNT, Space, Cartoon Network e Boomerang. Dentro do grupo, o canal mais beneficiado pela produção nacional foi o TBS, que exibe o programa de comédia ‘É tudo improviso’ e o ‘Show do Kibe’, que une números de stand-up a entrevistas. “O canal passou a ser conhecido pelos brasileiros, fez com que os telespectadores notassem a existência dele e prestassem atenção”, avalia a diretora de conteúdo e produção da companhia, Silvia Fu. “Começamos muito conservadores e receosos, mas a lei reforçou essa necessidade dos grupos estrangeiros investirem no conteúdo. Com a determinação, os esforços foram bem justificados”, complementa.
Os canais Fox – FX, Fox Sports, Fox Life e NatGeo – também passaram pela dificuldade de ter que produzir conteúdo sem reserva de verba para tal. A solução foi investir em séries. “Fizemos uma parceria para ter a ‘Porta dos Fundos’ e vamos levar o produto para a América Latina. Outra aposta é a série sobre a garota de programa Bruna Surfistinha”, comenta o diretor de desenvolvimento, conteúdo e produção da empresa, Zico Góes. No futuro, o objetivo é condensar mais as produções. “Estamos estudando a ideia de transformar séries em telefilmes, com o mesmo argumento. Além de serem melhores aceitos no mercado internacional, conseguimos exibir sem amarrar muito nossa grade. É difícil manter 8, 10 episódios com a mesma genialidade”.
Fonte: Comunique-se