Esse é mais um daqueles textos da série “Especialistas eleitorais comentam”, que andam infestando as redes sociais (embora esse seja escrito para um blog). Que me desculpe os coleguinhas que acham que podem interpretar o “recado das urnas”, mas não creio que eles ou qualquer outro ser vivo possa compreender o que aconteceu após esse 1º turno e a eleição de senadores e deputados.
O que me deixou mais feliz foi a constatação – que espero estar certa – de que o brasileiro se liga muito mais em pessoas do que em partidos. A prova disso é a divisão de forças nos governos estaduais. O PMDB acabou com quatro estados, o PT com 3, o PSDB com 2 e PSB, PDT, PSD e PCdoB com um cada. Claro que ainda faltam as definições do segundo turno e as mudanças que podem acontecer nessa divisão de forças, mas é uma tendência.
Aliás, tendência é um conceito que não foi muito exercido nessas eleições. A disparidade entre os eleitos varia (de análise para análise) entre esquizofrenia e diversidade. Só para lembrar alguns fatos, mais de 70% da população disseram que queriam mudanças, mas acabou votando nos filhos e netos de figuras carimbadas, além de nomes como Collor. Ou seja, não dá para entender muito (e eu nem citei os dois candidatos que vão para o 2° turno das eleições presidenciais).
Outro ponto interessante – apenas para ficar no universo do Rio de Janeiro – é a diferença de postura e orientação dos dois deputados (estadual e federal) campeões de voto no estado: Marcelo Freixo (PSOL) e Jair Bolsonaro (PP), respectivamente.
Se o povo mudou de ideia ou não encontrou alternativas verdadeiras, não sei. Sei que – novamente no Rio – o número de abstenções, votos brancos e nulos foi surpreendente e maior que a soma de muitos dos votos obtidos pelos principais candidatos ao governo do estado.
Esquizofrenia? Diversidade? Não sei.
* Veja como ficou o mapa final das eleições para governador.