A partir do dia 11 de abril a cachaça deixa de ser vendida como “Brazilian Run” no EUA
Uma das coisas mais estranhas do mundo é quando um produto não existe para o mundo e precisa ser encaixado em alguma outra categoria. É algo como a história do filme O Terminal, no qual um homem fica sem pátria depois que seu país deixa de ser reconhecido pelo governo norte-americano. Era mais ou menos isso o que acontecia com a nossa cachaça.
Por ser uma bebida sem igual em todo o mundo, a cachaça sofreu até este ano com uma espécie de preconceito. Para todo o mundo (especialmente no mercado norte-americano), ela era conhecida como “Brazilian Run”, o que dificultava a comercialização, já que era praticamente impossível criar uma identidade e negociar taxas e preços específicos para a nossa bebida, geralmente classificada como tóxica por quem prova pela primeira vez, devido ao seu forte sabor e teor de álcool.
Finalmente a situação mudou e a cachaça foi reconhecida. Boa sorte para nossos produtores.
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A negociação durou mais de uma década, mas finalmente que ao fim e com um resultado positivo. O Alcohol and Tobacco Tax and Trade Bureau (TTB) – órgão do governo americano especializado no comércio de álcool e tabaco – publicou um registro que reconhece a cachaça como produto genuinamente brasileiro.
A produção da cachaça faz parte da cultura Brasileira, e este reconhecimento evita que aconteça com o Brasil o que aconteceu com a Rússia, que perdeu o direito exclusivo internacional de usar o nome Vodca como uma marca do país, porque não tinha seu registro na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas como nada é de graça, o governo brasileiro agora terá 30 dias para formalizar o reconhecimento do “Bourbon Whisky” e o “Tennessee Whisky” como produtos genuinamente americanos.
Economicamente a novidade será muito boa para as cachaçarias brasileiras, segundo o Ibrac (Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comercio Internacional) o reconhecimento deve impulsionar as exportações para os EUA. Hoje, são vendidos para o mercado americano 700 mil litros por ano. E cidades como Salinas em Minas Gerais (Capital Mundial da Cachaça), que abrigam cachaçarias como a Seleta – a maior do Brasil – vão ganhar muito com o reconhecimento.
Fonte: Notícia Expressa