O tema não é novo – o bate papo com os jornalistas já faz algum tempo -, mas só agora a matéria foi publicada…então, lá vamos de Colin Farrel
Colin Farrell veio à cidade divulgar “O Vingador do Futuro”, que estreia dia 17 no Brasil. Na coletiva de imprensa, Farrel mostrou muita simpatia pelo país
Foi-se o tempo em que os lançamentos das megaproduções de Hollywood demoravam meses para chegar ao Brasil, e a vinda de um astro para cá era praticamente impensável. As diversas crises econômicas mundiais e o bom desempenho do Brasil tornaram nosso País um mercado importante para o cinema, com lançamentos simultâneos (com alguns filmes sendo lançados até mesmo antes que nos Estados Unidos) e nos colocando definitivamente na rota das estrelas.
O último astro a desembarcar por essas bandas foi o ator irlandês Colin Farrell, que já atuou em películas como O Sonho de Cassandra (Cassandra’s Dream), de Woody Allen; Miami Vice; O Novato (com Al Pacino); Minority Report – Uma Nova Lei; e SWAT – Comando Especial. Farrell – que já ganhou um Globo de Ouro em 2009 (por Na mira do chefe), esteve no Rio para divulgar seu novo trabalho O Vingador do Futuro (Total Recall), refilmagem do longa de ficção lançado em 1990, estreado por Arnold Schwarzenegger e Sharon Stone.
A produção para a entrevista do ator (crachás, seguranças, etc), pareceu um pouco exagerada e desnecessária, mas serve para manter o glamour do cinema.
Na história, Farrell interpreta Douglas Quaid, um trabalhador com uma vida pacata, uma bela esposa (Kate Beckinsale), mas que acaba sendo perseguido pela polícia e descobrindo que tudo isso não passa de uma grande mentira e que, na verdade, ele é um espião que teve sua memória ‘apagada’.
Bem-humorado e com aquele jeitão de gente boa que caracteriza a maioria dos irlandeses – que assim como os escoceses e os moradores de Liverpool, parecem ter o espírito carioca – Farrel brincou e riu durante todo o tempo que conversou com os jornalistas em um hotel da Zona Sul do Rio. Chegou a perguntar irônicamente “onde você pensa que vai?”, para um fotógrafo que se levantou no meio da entrevista
Ao ser perguntado se havia falado com Schwarzenegger sobre o papel, disse:
“Eu liguei e mandei várias mensagens de texto, mas ‘Arnie’ não retornou minhas ligações. Acho que ele não está nem aí, na verdade. Ele tem mais o que fazer”, brinca.
Sobre o casal composto por ele e Kate Beckinsale, mulher do diretor Len Wiseman, Farrel foi diplomático.
“É estranho beijar a mulher do diretor, mas não tem nenhuma cena muito explícita, eles são um casal frio”, argumenta o ator.
Apesar de ser a primeira visita de Colin Farrell ao Brasil, o astro fez questão de mostrar que tem afinidade com a cidade e o País.
“Queria ser um jogador de futebol do meu país (Irlanda), era o sonho mais provável – o pai e o tio de Farrell foram jogadores profissionais do time irlandês Shamrock Rovers -, aí eu comecei a crescer, ir atrás de garotas, as coisas mudaram um pouco”, conta.
Farrell também falou de outros ícones cariocas.
“Dei uma andada de Copacabana até Ipanema, passamos pelo Cristo Redentor, Floresta da Tijuca, fomos para uma churrascaria pela segunda vez em dois dias. Depois eu fui para a favela Santa Marta. Foi um dia muito bom, é uma cidade muito interessante”, destaca.
Apesar da proibição sobre “perguntas de cunho pessoal”, Farrell, que já passou por centros de reabilitação por causa da bebida, não fugiu na hora de responder sobre a nossa caipirinha.
“Essa foi uma das razões pelas quais eu larguei a bebida. Todo aquele açúcar dá uma ressaca horrível”, disse, sorrindo, depois de explicar que não bebe faz sete anos.
Nota do redator: Para um irlandês ir para um centro de reabilitação por causa de álcool é porque a coisa devia mesmo ser muito feia. Poucos humanos bebem tanto quanto os da Irlanda.
Sobre o filme – que tem a estreia no Brasil marcada para o dia 17 de agosto -, Farrell diz que é um tanto cético em relação a refilmagens, mas que o roteiro o conquistou.
“Se você vai gastar três ou quatro meses filmando, é melhor gostar do que está fazendo. Eu li o roteiro, e eu estava um pouco cético sobre fazer um remake, mas o diretor me mostrou os desenhos que fez, como a produção seria e aceitei o desafio. No fim das contas, é tudo uma questão de você ter uma boa história e eu gosto de boas histórias”, explica.
A grande diferença entre a versão original e o novo Vingador do Futuro é que a história agora não se passa mais na Lua e sim na Terra, que é dominada por dois territórios – a Federação Unida da Bretanha e a Colônia, onde Quaid se encaixa de maneira nada convencional, como sempre acontece com os espiões.
“Além disso, essa versão tem menos sangue. Tivemos que pensar em todos os públicos. Eu sou um cara mais normal do que o Arnold”, ironiza Farrell.
O Vingador do Futuro estreia nos Estados Unidos no próximo dia 3 e é uma das grandes apostas da Sony Pictures para o ano de 2012.
Uma versão editada deste texto foi publicada no jornal O Fluminense