Metade dos brasileiros prefere fazer compras utilizando táxi ou transporte por aplicativo

A guerra entre táxis e aplicativos de transporte é feroz em várias partes do mundo e, como não poderia deixar de ser, também no Brasil. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas mostra que a maioria da população prefere usar os aplicativos (Uber, Cabify, etc) do que os táxis ou outros meios de transporte na hora de fazer compras.

No caso específico do Rio de Janeiro, onde o serviço oferecido pelos táxis é – que a categoria me desculpe – ridículo e a violência faz com que receio de sair com o seu automóvel próprio cresça todos os dias, o resultado do estudo não surpreende e o corte por faixa etária me parece menos importante do que o resultado global.

A realidade é que os aplicativos vieram para ficar e que necessitam de alguma regulamentação, mas que não inviabilize o seu funcionamento. Quanto aos táxis, é necessário rever o serviço oferecido, com veículos melhores, motoristas mais treinados e educados e preços mais competitivos. Da maneira que a coisa está, taxista pode ser uma profissão em extinção.

Sessenta e cinco por cento das pessoas passou a usar mais os transportes por aplicativo no lugar dos táxis em função do melhor preço oferecido

A concorrência gerada pela entrada das novas plataformas de transporte por aplicativo no mercado está mudando o padrão de exigência do consumidor brasileiro, cada vez mais ávido por alternativas que economizem tempo e dinheiro, sem abrir mão de qualidade e comodidade. Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) buscou compreender relação dos brasileiros na hora de optar por serviços de transporte particulares pagos e mostra que metade dos entrevistados (50%) afirmaram que preferem fazer compras utilizando serviços de transporte privados como táxi ou transporte por aplicativo, como Uber e Cabify, por serem mais baratos do que outras alternativas disponíveis.

Em uma comparação levando em conta somente os táxis e as plataformas de transporte por aplicativo, o levantamento revela que mais da metade dos brasileiros (65%), principalmente aqueles entre 18 e 34 anos (77%), concordam que passaram a usar mais os transportes por aplicativo no lugar dos táxis em função do preço oferecido. Já 58% citaram também a qualidade superior do serviço.

O estudo também mapeou quais os meios de transporte mais utilizados para fazer compras. Na opinião dos brasileiros entrevistados, ir às compras utilizando os serviços particulares de transporte é preferível por ser mais cômodo (55%), principalmente para os jovens entre 18 e 34 anos (64%), e também por ser de fácil acesso (55%), com maior frequência entre consumidores de 18 a 34 anos (63%).

As novas plataformas por aplicativo levaram vantagem em comparação com os táxis em muitas categorias pesquisadas. De acordo com os entrevistados, se locomover utilizando serviços de transporte por aplicativos é mais usual do que pedir um taxi principalmente para realizar atividades de lazer como ir a bares, restaurantes, cinema, festas e parques (18% das citações frente a 6% dos táxis), fazer compras longe de casa (10% das citações, frente a 6% dos táxis) e ir ao médico/dentista (6% das citações, frente 3% dos táxis).

“Refletindo uma sociedade cada vez mais conectada e em rede, a entrada da tecnologia da informação aliada aos serviços de transporte particulares possibilitou pela primeira vez a aproximação direta entre motoristas e passageiros”, analisa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.

Considerando tanto as novas plataformas de transporte por aplicativos, como as plataformas de táxis, como 99 Táxi e Easy Taxi, atualmente é possível chamar um carro, acompanhar o itinerário da corrida em tempo real e também avaliar a qualidade do serviço prestado. “Conforme mostram os dados, essa mudança de paradigma vem alterando a maneira com que os brasileiros se deslocam e consomem, principalmente os mais jovens, naturalmente mais adeptos a esse tipo de inovação”, afirma o presidente.

Para Pellizzaro, se tratando das leis de mercado, a demanda reprimida por transporte de qualidade do brasileiro foi atendida pelos serviços de transportes particulares, levando em consideração aqueles que podem pagar por este tipo de serviço. “Para que a equação da mobilidade urbana seja estendida a todos e garanta atributos como eficiência, segurança e consciência ecológica, ainda é preciso políticas públicas e investimentos concretos que incentivem o transporte coletivo de qualidade, a integração de modais e o melhor planejamento da ocupação do espaço público”, explica.

Metodologia

A pesquisa foi realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com o IBOPE e ouviu 1.500 consumidores em todas as capitais. A margem de erro é de no máximo 2,5 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%.

Fonte: SPC Brasil

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