Lucas Tavares

Phil Collins – Maracanã – 22/2/2018 (by Débora Thomé)

“I can feel it coming in the air tonight, oh Lord
And I’ve been waiting for this moment for all my life, oh Lord
Can you feel it coming in the air tonight, oh Lord, oh Lord”

Dia 22 de fevereiro de 2018, guardem essa data: foi o dia em que o hitmaker Phil Collins atingiu 40 mil pessoas em cheio, de uma só vez, sem nem levantar da cadeira. Mas poderia ter sido mais, digamos assim, destruidor, caso o popstar britânico tivesse consultado minha página no Facebook — como “fizeram”, bem recentemente, os compatriotas do The Who.

(Explico. Sofro de alta-ansiedade-pré-mega-shows. O gatilho é a compra do ingresso; pesquiso setlists, assisto a shows, documentários e entrevistas antigos no YouTube, pesquiso a vida do artista/banda no Google, compro biografias. Mergulho de cabeça quando me interessa. Os mais recentes “music divings” desse tipo foram Rod Stewart, The Who e Phil Collins. Consulta às minhas sugestões de setlist não passa de uma brincadeira, que virou uma enorme coincidência no caso do The Who.

E apesar de ter sido tudo lindo, maravilhoso, tio Phil meteu um pequeno engodo em geral. Não mentiu quando disse que a voz está em dia, apesar das limitações físicas. Nem um pouco; está tinindo mesmo o gogó. Mas não cumpriu o prometido, que era trazer um show maior para o público brasileiro, que aguarda esse encontro desde 1980.

Como foi o show de Phil Collins no Maracanã

O safadjenho cortou a “parada técnica” — a turnê realizada em 2017 teve shows divididos em dois sets, com um video engraçadíneo de autozoação no intervalo — e limou uma música de cada set. Ou seja. Em vez de marcar um gol de placa em pleno Maracanã, resolveu fazer “o técnico maluco do Flamengo” e mexeu errado.

Só que ele acusou o golpe, que eu vi. Tomou um susto quando, mesmo sem querer, já garrou a gente pelos cabelos nos primeiros acordes da balada arrasa-quarteirão Against all odds. Dali do meio-campo, quer dizer, da pista, eu olhava aqueles celularzinhos todos acesos, balançando no anel do Maraca naquele efeito maravilhosamente brega e pensava “nossa, esse cara fez essa música por absoluta encomenda, como pode?”.

Moro em frente ao estádio. Fui brindada com dois shows, porque rolou ensaio (aquilo não foi passagem de som, não) na quarta à noite, e anotei o setlist para preparar meu coraçãozinho. Segunda música, outro sucesso balada; estava batendo com o ensaio, eu feliz e esperançosa. Na terceira veio o drible pro lado errado. CADÊ One more night, cacete? Quase ouvi o Galvão gritar PRA FOOOOOOOOOOOOORAAAAAAAAAAAAA no sistema de som da Suderj que mora dentro da minha cabeça.

Mas ok, emendou I missed again e tinha muito jogo pela frente. Mas aí ele me mete as desnecessárias Hang in long enough e Wake up call em sequência, e o time perdeu um pouco o ritmo.

Sério. Consegui até avançar mais no meio do público, que abriu um clarão nessa hora. Só que talento é talento, né. Para não deixar escapar o controle sobre a turba, que pulou no colo do cara nas primeiras músicas, ele me manda um clássico do Genesis.

Juro pra vocês: houve um momento, durante a execução de Throwing it all away, em que vi Phil Collins abrir um sorrisão enquanto a torcida (ops!) a plateia cantava o refrão a plenos pulmões, aquele monte de mãozinha batendo palmas pra cima. Show de bola. E foi só alegria dali até o fim, apesar de eu ter considerado desnecessário Dance into the light na sequência final dançante.

Se ele presta atenção em mim tinha incluído dois petardos ali naquela meiuca, para lavar a alma e correr pro abraço! Enfim, como ele mesmo canta, “it’s just another day for you and me in paradise“. Para quem vai assistir aos shows em São Paulo (dias 24 e 25) ou Porto Alegre (dia 27), desejo apenas que ele leia este post e faça os devidos (e pequenos, vamos combinar) ajustes!

COMO ENSAIOU

– Against all odds
– Another day in paradise
One more night
– Wake up call
– Follow you, follow me
Can’t turn back the years
– I missed again
– Hang in long enough
– Separate lives
I don’t care anymore
– Something happened on the way to heaven
You know what I mean
– In the air tonight
– You can’t hurry love
– Dance into the light
Don’t lose my number
– Invisible touch
– Easy lover
– Sussudio
– Take me home

COMO FOI

– Against all odds
– Another day in paradise
– I missed again
Hang in long enough
Wake up call
– Throwing it all away
– Follow you, follow me
– Only you know and I know
– Separate lives
– Something happened on the way to heaven
– In the air tonight
– You can’t hurry love
Dance into the light
– Invisible touch
– Easy lover
– Sussudio
– Take me home

O QUE EU SONHAVA PRESENCIAR

– Against all odds
– Another day in paradise
– One more night
– Tonight, tonight, tonight
– Follow you, follow me
– Land of confusion
– I missed again
– I wish it would rain down
– A groovy kind of love
– I don’t care anymore
– Something happened on the way to heaven
– You know what I mean
– In the air tonight
– You can’t hurry love
– I cannot believe it’s true
– Don’t lose my number
– Invisible touch
– Easy lover
– Sussudio
– Take me home

Sobre a autora: Débora Thomé é jornalista talentosa, escocesa por opção e amiga por toda  vida. Como não pude ir ao show, escalei essa  enviada mais que especial.

Fotos: Marcos Serra Lima

Fotos da galeria: Marcos Hermes

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