Empresas questionam e colocam Projeto Banda Larga Para Todos na berlinda

Isso  não tá cheirando bem…

projeto-banda-largaO Ministério das Comunicações detalhou seu novo plano de universalizar o acesso à internet, mas a reação das empresas de telecomunicações – e mesmo de aliados no governo e no Congresso – é de dúvida. Em debate no Painel Telebrasil 2015, o Banda Larga Para Todos foi descrito como um programa que mira na oferta e não na demanda e que não conseguirá reunir os recursos estimados.

“O momento é complicado para o Brasil, com a desaceleração da economia. Nas empresas há preocupações com o câmbio, aumento de insumos como energia elétrica, aumento da inadimplência e agregaria ainda a extremamente alta carga tributária. Certamente em termos de investimento nossa capacidade é limitada ou nula diante do cenário”, afirmou o presidente da Claro, Carlos Zenteno.

O plano descrito pelo governo às operadoras prevê fortes investimentos para a construção de 100 mil quilômetros de fibras ópticas. São investimentos próximos a R$ 50 bilhões, a serem alavancados a partir de subsídios de R$ 27 bilhões. “Mesmo com as subvenções, o plano exige investimentos fortes que as empresas não tem como fazer”, avaliou o diretor do Sinditelebrasil, Alex Castro.

A incredulidade, no entanto, não é apenas do setor privado. Também convidado ao debate, o vice-líder do governo no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA) foi categórico: “Não tem como sair dinheiro para banda larga. Apontou-se para uma perspectiva de investimento que não se viabiliza. Não viabilizava antes, em momento de crise menos ainda. Não entendo como alguém poderia sair com os recursos para essa massificação da banda larga. Vai tirar dinheiro de onde?”

projeto-banda-larga IIAlém do dinheiro, parlamentar e empresas criticam o foco do plano em ampliar a oferta. “Expansão da banda larga tinha que começar pela demanda, não na infraestrutura”, reclamou Pinheiro. “Sou da escola em que demanda direciona investimentos”, emendou o chefe adjunto da assessoria de assuntos econômicos do Ministério do Planejamento, Marcos Ferrari.

O secretário de Telecomunicações do Minicom, Maximiliano Martinhão, insiste que o plano é viável e necessário. “Estamos em uma posição vexatória. Somos o quarto maior mercado de telecom do mundo com velocidades como as que temos. Somos o 89o no ranking. A gente não pode pensar que o sistema sem fio vai ser solução para grandes municípios brasileiros. Só fazendo investimento em fibra óptica vamos conseguir sair dessa posição.”

O colega do Planejamento, no entanto, indicou que o momento é discutir mudanças no modelo, a partir das quais poderão ser otimizados recursos do setor privado. “Temos um ano de crescimento negativo, em 2016 projeção de crescimento de 0,2%. Vamos supor que a gente permaneça no zero a zero nesses três anos, são três anos para sentarmos e discutirmos as questões regulatórias que estão travando os investimento nos diversos setores.”

Fonte: Convergência Digital

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