Após compra da Nokia, Microsoft vai demitir 18 mil funcionários, maior corte da história da empresa

E lá vai a Microsoft descendo a ladeira. Será?

Redução representa cerca de 14% da força de trabalho da empresa

MicrosoftA Microsoft informou nesta quinta-feira que vai demitir 18 mil funcionários, o maior corte de vagas em massa da história da companhia. O objetivo é enxugar a empresa, após a aquisição da divisão de celulares da Nokia, em setembro de 2013. A última demissão em massa anunciada pela fabricante de software havia sido em 2009, quando 5,8 mil foram dispensados.

A redução representa cerca de 14% da força de trabalho da Microsoft. A rodada de demissões tem previsão de ser concluída em 30 de junho de 2015 e vai custar à empresa de Redmond entre US$ 1,1 bilhão e US$ 1,6 bilhão, segundo comunicado da companhia.

O anúncio foi feito por meio de um longo memorando, de mais de 1.100 palavras, assinado pelo vice-presidente executivo de produtos, Stephen Elop. Na carta, ele justifica os cortes relatando as metas de produtividade e as diferenças entre a Microsoft e a Nokia — enquanto a primeira é focada em software, a finlandesa ficou conhecida pela produção de hardware.

“É particularmente importante reconhecer que o papel dos telefones dentro da Microsoft é diferente do que era na Nokia. Enquanto o negócio de telefones era um fim em si mesmo na Nokia, na Microsoft todos os nossos dispositivos são feitos para carregar o melhor do nosso trabalho digital e da experiência de vida digital, agragando valor à estratégia”, diz o documento.

Com as demissões, a empresa diz que “ajustará” as operações de indústria, como uma forma de enxugar a estrutura. Segundo o documento, o plano é dividir a produção de telefones entre Hanoi, no Vietnã, Pequim e Dongguan, na China. A empresa afirma ainda que as operações de preparação e reparo serão transferidas para Manaus e Reynosa, respectivamente, saindo, dessa forma, de Komaron, na Hungria.

nadellaA decisão marca a gestão do novo diretor-executivo Satya Nadella, que substituiu Steve Ballmer em fevereiro deste ano, com a missão de reestruturar a empresa para competir com a concorrência, principalmente focando no mercado de dispositivos móveis — os indícios de que a Microsoft compraria a Nokia começaram a surgir justamente com a forte integração do sistema operacional Windows Phone e a linha de smartphones Nokia Lumia.

A aquisição da fabricante de telefones havia adicionado 30 mil funcionários à equipe da Microsoft, levando a quantidade total de empregados da companhia a 127.100 em abril. Ainda não está claro quantos dos demitidos foram legados da empresa finlandesa. Na quarta-feira, quando a notícia foi divulgada inicialmente por fontes anônimas, a informação era de que os cortes afetariam também a equipe do videogame Xbox.

— A Microsoft preciosa ser uma gigante da tecnologia mais enxuta nos próximos anos para conseguir alcançar o equilíbrio perfeito entre crescimento e rentabilidade com seus empreendimentos da nuvem e de dispositivos móveis — disse à Bloomberg Daniel Ives, analista da FBR Capital Markets.

Na semana passada, Satya Nadella fez seu primeiro pronunciamento oficial, em que falou sobre as diretrizes da companhia, reforçando a estratégia anunciada ainda na gestão de Ballmer, de reforçar o mercado mobile.

Fonte: O Globo

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