Joe Bonamassa: A “Esperança Branca” do blues

Confira a entrevista que o guitarrista me concedeu (por e-mail).

Joe Bonamassa IO blues, assim como o boxe, o samba e as modalidades de corrida no atletismo, é um campo dominado por pessoas da raça negra. Vez ou outra surge um nome de destaque que acaba ganhando o apelido de “A Nova Esperança Branca“. Da mesma forma que aconteceu com gente como Eric Clapton e Stevie Ray Vaughan, o guitarrista Joe Bonamassa é o nome da vez e volta a se apresentar hoje para a plateia carioca no Vivo Rio.

Desde o lançamento de seu primeiro disco solo – A New Day Yesterday (2000) – já se passaram 13 anos, mais dez discos de estúdio, cinco discos ao vivo, quatro DVDs, um grande número de prêmios e colaborações com artistas como  B.B. King, Eric Clapton, Beth Hart, Paul Rodgers e Leslie West. Com dois lançamentos recentes – um ao vivo – An Acoustic Evening at The Vienna Opera House (2013), e outro de estúdio – Driving Towards the Daylight (2012) – o músico continua sua trajetória de sucesso.

Admirado por bluseiros brasileiros, como o também guitarrista de blues Big Gilson – “O Joe Bonamassa é incrível. Sem dúvida o maior nome do blues contemporâneo da atualidade”, Bonamassa, ao contrario da maioria dos bluseiros, foge da normalidade e ao invés de grandes nomes do blues americano, como Howlin’ Wolf ou Muddy Waters, diz que os discos que mais o influenciaram foram John Mayall & the Bluesbreakers with Eric Clapton, Rory Gallagher Irish Tour e Goodbye (do Cream).

Essa não é a sua primeira vez no Brasil. Você mantém algum contato com músicos brasileiros?

JB – Renato Neto (tecladista e produtor) é um dos meus músicos favoritos em todo o mundo, se não for o favorito! Nós tocamos juntos na banda Rock Candy Funk Party (que interpreta clássicos dos anos 70 e 80) e foi ótimo.

Joe Bonamassa IIAlguma lembrança dos shows que já fez no Brasil?

JB – Grandes fãs e ótimos palcos.

Depois da canção Further on up the Road (gravada no disco at Royal Albert Hall), com Eric Clapton, você disse: “Essa é a coisa mais legal que eu já fiz na minha vida”. O que Clapton significa para você?

JB – Eric foi e é tão generoso com o seu tempo e seu talento…Aqueles seis minutos significaram o mundo para mim. Eu jamais poderei retribuir o que ele fez.

Quais artistas novos você costuma ouvir?

JB Joanne Shaw Taylor e Robert Cray– ele ainda é razoavelmente novo.

E quem é o seu guitarrista preferido da nova geração?

JB – Joanne é a minha favorita, porque ela compõe realmente bem e faz grandes solos. Não são muitos os que fazem isso.

Infelizmente, muitos dos grandes nomes do blues estão envelhecendo ou morrendo. Você vê um futuro para o blues?

Joe Bonamassa IIIJB – Se algum jovem pega uma guitarra ou escreve uma canção de blues que signifique algo para as outras pessoas, tudo bem.. Caso contrário, estamos ferrados (risos).

Alguns nomes desapareceram depois de fazerem muito sucesso (Robert Cray, por exemplo). Como você explica o seu sucesso por tanto tempo?

JB – Não consigo explicar esse sucesso. Honestamente, esses últimos cinco anos tem sido como um tornado.

Você se considera um dos artistas que têm a responsabilidade de levar o blues para as novas gerações?

JB – Eu me considero responsável por eu mesmo e pela música que eu faço. Fora isso, melhor deixar a internet fazer o julgamento.

Joe Bonamassa IVComo um guitarrista como você (que é mais “elétrico“) viu a “onda acústica” dos anos 90?

JB – Yeah… Eu adoro esse tipo de música, somente gosto mais de uma Les Paul.

Qual foi o melhor show que já assistiu?

JBBB King no Hampton Beach Casino Ballroom, em 1991. Eu fiz a abertura do show e quando ele cantou Guess Who em sol menor, eu chorei. Foi a melhor música que eu já ouvi.

O que você espera do show no Rio?

JB – Barulho e solos com muitas notas.

Alguma mensagem para os fãs brasileiros?

JB – Obrigado! O que mais eu posso dizer?

Serviço:
Joe Bonamassa
Local – Vivo Rio – Av. Infante Dom Henrique, 85 – Parque do Flamengo
Data: 11 de agosto (domingo)
Horário: 20h
Preço: De R$ 180 a R$ 500



Uma versão desse texto foi publicada no jornal O Fluminense

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