‘Só Morto’, a estreia do ‘Maldito’ Jards Macalé

MACALE-CAPAEm mais um capítulo das comemorações pelos 70 anos de Jards Macalé, o eterno “maldito” da MPB, o selo Discobertas resgatou o primeiro compacto (duplo) lançado pelo artista, em 1970. Mas o novo CD, Só Morto, não fica apenas nessas histórias quatro primeiras faixas gravadas pelo músico tijucano. No total, são 14 músicas registradas entre 1970 e 1973, sendo que as dez faixas extras são gravações ao vivo, entre elas a conhecidíssima Gothan City.

As canções escolhidas para esse primeiro compacto – Soluços, O Crime, Só Morto (Burning Night) e Sem Essa – já mostram a preocupação e apuro com o qual Macalé se dedicava aos arranjos. Acompanhado do grupo Soma, um dos grupos mais conceituados do rock brazilis dos anos 70. Os vocais, por vezes gritados e em outros momentos apenas singulares, já tinham a marca do Maldito, assim como as letras, que contavam histórias sempre com um toque de humor e alternatividade, típicos da época.

Essa seleção de canções, onde todas são inéditas em CD, serve para entender o ponto inicial da carreira de um dos mais importantes artistas da MPB, que depois se consolidou com a tropicália e o convite de Caetano Veloso para que Macalé produzisse o disco Transa, gravado em Londres, durante a ditadura militar.

O trabalho de remasterização é um dos pontos altos desse lançamento, que também conta com a arte original do compacto, lançado pelo selo RGE.

Altamente recomendado!

Esse texto também foi publicado no jornal O Fluminense

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