Mortos canonizados e patrulhamento ideologicamente chato

Meia Hora ChorãoJá disse várias vezes que acho o politicamente correto muito chato. Pior ainda quando os vigilantes de plantão tomam as dores de alguém que, por quaisquer circunstâncias, morreu. Fica sendo quase um crime dizer que não gostava do falecido. Parece que todos os que morrem viram gênios e só merecem elogios.

Recentemente, o caso da morte do músico Chorão causou esse tipo de reação. Teve gente indignada com a capa de alguns jornais por suas manchetes de humor semi-negro e totalmente fora da linha do politicamente correto (indignação da qual eu discordo, mas compreendo) e até coleguinhas que reclamaram que as “elites” sempre tiveram má vontade com o trabalho “popular” do cantor.

Não importa se você gostava ou não do Charlie Brown Jr. Você tem todo o direito de falar bem ou mal da produção musical de quem quer que seja. Esse negócio da pessoa virar gênio depois de morto é muito baixo astral. Vai ser difícil ver gente que hoje chama o Roberto Carlos de brega, “chorando” e o chamando de Rei, no dia em que ele se for (espero que ele viva mais do que, deixo claro).

Espero que ainda aconteça uma mudança de rumos para que o mundo se torne um pouco menos chato. Como dizia um dos Monty Phyton: “Nossa melhor qualidade é a habilidade de rir de nós mesmos. E por nós mesmos, leia-se “os outros””.

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