Sempre o mesmo Djavan – Rua dos Amores – Crítica

Novo disco não traz novidades

Primeiro disco de inéditas em cinco anos, Rua dos Amores (Luanda/Universal) nos oferece 13 faixas de um Djavan competente, autoral, elegante, mas pouco surpreendente. O novo álbum, que sucede Ária (2010), onde interpretou apenas canções de outros compositores, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque – mostra que o poeta e arranjador continuam em forma, mas que o compositor ainda não reencontrou o caminho para alcançar a alma do público.

Rua dos Amores é um disco com a cara do autor, onde as belas interpretações e os característicos scats vocais soam familiares, as letras falam de separações, pecados e amores (claro). A primeira canção (Já Não Somos Nós Dois) – uma das mais belas do álbum – deixa a impressão de que voltaremos a ouvir o velho compositor de Açaí ou Samurai, mas são apenas em alguns momentos que a capacidade de criar melodias aparece, como em Bangalô, onde a levada blues enriquece o tema.

Talvez o grande problema dos últimos trabalhos de Djavan seja uma aparente preocupação com a harmonia em detrimento da melodia. Afinal, é a melodia que as pessoas saem por ai cantarolando e assobiando.

Aos 63 anos, o alagoano, mostra que é fiel ao seu estilo e mesmo que não produza sucessos como em outras épocas, sempre é e será Djavan.

2 Replies to “Sempre o mesmo Djavan – Rua dos Amores – Crítica”

  1. Nem poderia ser o mesmo… coletou preciosidades e experiências no caminho da vida… é disso que gosto: ele enriquece o que é, deixando de ser aquele Djavan para ser esse Djavan… com o estilo que nos encanta.

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