O (nem tão) Espetacular Homem-Aranha

Novo longa do herói-aracnídeo tem mais humor e uma grande dose de açúcar

Com estreia marcada para esta sexta-feira nos cinemas do Brasil, O Espetacular Homem Aranha, novo longa metragem tendo como protagonista o herói aracnídeo criado por Stan Lee e Steve Ditko na década de 60 e que já ganhou uma bela triologia com Tobey Maguire na pele do personagem. Essa nova versão, dirigida por Marc Webb (500 Dias Com Ela) e com Andrew Garfield (A Rede Social) e Emma Stone (Histórias Cruzadas) nos papéis de Peter Parker e sua namorada, Gwen, tem mais humor e muito mais açúcar, na hora de explicar o relacionamento de Parker com seus pais adotivos e o seu romance com Gwen.

Apesar de ser um pouco mais fiel aos quadrinhos que os anteriores e de mostrar um Aranha mais divertido, o novo longa sofre com a proximidade da triologia anterior (entre 2002 e 2007) e com a necessidade de recontar toda a origem do personagem. Essa irresistível ‘necessidade’ que cada diretor e roteirista têm de deixar a sua marca na identidade de heróis que já tiveram suas histórias contadas dezenas de vezes (seja no cinema, seja nos quadrinhos) faz com que a primeira parte do filme seja chata e deixe aquela sensação de que era totalmente desnecessária, apesar das ótimas atuações de Martin Sheen e Sally Field, como Tio Ben e Tia May, respectivamente. Aliás, um pecado aproveitar tão pouco a brilhante atuação de Sheen. Falha da edição.

Outra boa atuação é a de Rhys Ifans (Anjos do Desejo) como o vilão Dr. Curt Connors, que acaba se transformando em um lagarto gigante e violento. Entretanto,  algumas das soluções do roteiro tornam a história tão impossível, que mesmo levando-se em conta que não se pode exigir veracidade em um filme onde o protagonista vive subindo paredes e se pendurando em prédios, poderia não ser tão fantasiosamente inverossímil. Outro pecado mortal é a ausência do imprescindível J. J. Jameson, dono do Clarim Diário, jornal onde Parker trabalha como fotógrafo. Talvez o tenham guardado para o segundo filme, mas é uma grande lacuna na história.

Marc Webb não arriscou muito e apostou mesmo no humor deslumbrado de um Peter Parker/Homem-Aranha mais gaiato. Até mesmo nas cenas de luta há um tom de humor que já havia aparecido em Os Vingadores – a cena onde Stan Lee aparece é uma das mais engraçadas de todos os filmes do mundo Marvel -, mas tudo poderia ser mais (ou melhor) desenvolvido.

O Aranha da dupla Webb/Garfield é mais voltado para o público juvenil e deve agradar também aos fãs mais hard core dos quadrinhos – lá fora o filme estreou nos Estados Unidos no dia 3 (véspera de feriado) e obteve o mesmo resultado nas bilheterias que o último filme da franquia, o que deve garantir várias continuações -, mas, para o público comum, é provável que ele fique apenas como uma breve lembrança no mar de ótimos longas de super-heróis Marvel que assolou as telonas nos últimos anos.


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