A infraestrutura de Recife para os shows de Paul McCartney (21 e 22 de abril de 2012)

Um grande show de rock no Nordeste era uma grande incógnita para a maioria das pessoas (produção, artista e público). A parada da turnê On the Run, de Paul McCartney, no Recife (dias 21 e 22 de abril) preocupou e, que me perdoem meus amigos pernambucanos e recifenses, mostrou que a cidade ainda precisa melhorar muito para abrigar um evento desse porte.

Logo ao chegar ao bom aeroporto já encontramos o primeiro problema. Os pontos de ônibus eram mal sinalizados, ficavam em uma área onde era preciso caminhar por calçadas estreitas e esburacadas e – o mais bizarro – para se ir até Boa Viagem era preciso embarcar em um coletivo chamado Aeroporto. Assim, para sair do aeroporto de Recife (o único da cidade) você precisa pegar um ônibus que vai para lá mesmo. Um circular que não diz por onde vai passar. Ruim para os turistas!

Depois, tivemos o trânsito. No início da tarde de sexta-feira ele era digno dos encontrados no Rio e São Paulo, sendo que as ruas da cidade são mais estreitas e o número de habitantes bem menor do que os das capitais do Sudeste. O trajeto aeroporto-Boa Viagem durou mais de 1 hora, quando deveria ser de aproximadamente 15 minutos.

O calor – era um sol para cada um – era característico do Nordeste e incomodou sempre que não se podia estar na praia, na piscina ou em um ambiente com ar condicionado. Ponto para a cidade!

Voltando ao que interessa, a organização no estádio foi bastante boa, embora o Arruda não seja lá muito bem localizado, assim como todos os que já foram lá sabem das dificuldades para se chegar ao Morumbi. Uma nova arena está sendo construída, mas, segundo os próprios moradores, é loooonnge, o que só aumenta a preocupação em relação ao retorno. No Arruda, as filas de ônibus eram gigantescas e a quantidade de táxis bem abaixo do necessário. Além disso, o serviço de vans particulares precisa ser um pouco mais profissional.

Outro detalhe que os responsáveis por eventos podem rever são os contratos com os fornecedores de comidas e bebidas dentro dos estádios.  No Arruda, as únicas bebidas vendidas eram da marca Schincariol, que pode funcionar para jogos de futebol, mas não combina com um evento onde há ingressos que podem ultrapassar os US$ 1 mil.

O balanço final, apesar dos problemas (comuns a quase todas as cidades brasileiras), foi positivo. A simpatia dos recifenses dissipou quase todas as pendências, embora algumas sempre fiquem não resolvidas.

Até a próxima!

Fotos: Marcos Hermes/Divulgação

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