Cowboys & Aliens – A crítica

Com um elenco estrelar – Daniel Craig, Harrison Ford, Olivia Wilde e San Rockwell -, o diretor da moda – Jon Favreau (Homem de Ferro) – e um produtor executivo do peso de ninguém menos que Steven Spielberg, era de se esperar que Cowboys & Aliens fosse obra prima. Não é, mas é um ótimo filme.

A história gira em torno de Jake Lonergan (Craig), um bandido procurado que acorda no meio do nada totalmente sem memória e com um estranho artefato preso ao seu pulso. Ele chega até a cidade de Absolution, controlada pelo Coronel Woodrow Dolarhyde (Ford), que lembra bem de Lonergan e quer resolver algumas diferenças com ele.

Tudo muda depois que criaturas de outro mundo atacam a cidade e o artefato de Lonergan parece ser a única arma capaz de fazer frente aos aliens. A partir dai, o filme vira uma aventura entre cowboys e aliens, como já diz o título. Aventura, humor e todos os ingredientes de um bom bang bang estão lá.

Talvez o maior problema de Cowboys & Aliens (que teve um desempenho decepcionante nos cinemas americanos) é que as interpretações não parecem esforçadas. Craig, por exemplo, deixa claro que seu personagem vai beber da mesma água que James Bond. Logo na primeira cena ele dá a Lonergan uma pitada de 007, com a mesma expressão fria. Segue pancadaria, tiros, mortes e nenhum remorso.

Harrison Ford está bem, mas seu personagem em nada se destaca das centenas de outros coronéis de westerns de décadas anteriores e sempre esperamos muito dele. Nem mesmo a bela Doutora 13 do seriado House (Olivia Wilde) acrescenta muito ao seu misterioso papel na trama.

Isso não quer dizer que o filme não seja bom. Pelo contrário, mas fica claro que poderia ser muito melhor. Os efeitos especiais foram usados na dose certa, permitindo que a trama ficasse centrada na história e não tornassem a 1h58 de exibição em uma partida de videogame.

O diretor de Homem de Ferro parece não ter encontrado o tom entre o western, um filme de ação e ficção científica. Os fãs dos bang bangs acham que falta tensão, os de ação que faltam mais cenas de ação e os de ficção científica reclamam de que tudo é muito previsível. Todos têm uma certa dose de razão, mas seria mesmo difícil agradar a todos. O problema é que Favreau não escolheu um caminho, o que deixa a impressão de que ficou um pouco perdido. Até mesmo uma certa intenção de ser politicamente correto – juntando cowboys, bandidos e índios contra os alienígenas – ficou um tanto forçada.

O filme tem tudo para fazer uma boa carreira internacional e terminar dando bastante lucro. O seu custo (US$ 163 milhões) é o mais alto em comparação com o principal concorrente (Smurfs). O resultado nas bilheterias dos Estados Unidos foi praticamente um empate técnico na semana de estreia, com pequena vantagem para a produção de Spielberg (US$ 36,4 milhões x US$ 35,6 milhões).

Vá ao cinema, mas não espere um clássico. Espere apenas uma boa diversão.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *