Degustação de Vinhos do Porto Taylor’s – Sbav 31/08/2011


Vinhos do Porto são daqueles vinhos pelos quais as pessoas se apaixonam profundamente ou então não dão a menor atenção. É muito difícil encontrar alguém que goste apenas um pouco deles. No dia 31 de agosto a Sbav-Rio (Sociedade Brasileira dos Amigos do Vinho) promoveu uma degustação com 7 vinhos do Porto da Taylor’s, provavelmente a mais premiada vinícola produtora desse tipo de bebida.

Conduzida por Eduardo Lopes, representante da empresa no Brasil, a degustação reuniu vinhos que surpreenderam pela ótima qualidade e preço razoavelmente acessível. No fim das contas, foi difícil alguém sair sem uma encomenda de algumas garrafas.

Os vinhos apresentados:

Chip Dry (branco) – A Taylor’s foi a primeira vinícola a produzir um Porto branco seco. Apesar de ser produzido praticamente como um Porto tinto, nele são usadas apenas uvas brancas, o que lhe dá características próprias. O Chip Dry passa 3 anos em carvalho e mostrou-se suave no nariz e bastante refrescante. Com uma cor amarela, quase translúcida, pareceu ideal para a produção de drinks que possam ser servidos em dias quentes, como a maioria dos que temos no Rio.  Preço: R$ 94.

Fine Ruby – Apesar de um primeiro ataque no nariz menos potente que o da maioria dos ruby do mercado, esse foi uma das mais gratas surpresas da degustação. Com pequenos toques herbáceos e um final bastante longo, lembrando em muito frutas frescas, esse vinho se destacou pela forte concentração de cereja.  Depois de alguns minutos na taça seus aromas abriram, acentuando ainda mais a sensação de que, mesmo sendo um produto mais simples, foi desenvolvido com tremendo cuidado. Mais do que apenas acompanhar chocolates e queijos azuis, vai muito bem solo. Preço: R$ 69,60.

Fine Tawny – Como característica os tawny são menos doces e frutados que os ruby. O da Taylor’s segue essa mesma característica. No nariz se mostrou ainda um pouco alcoólico e com uma madeira levemente presente. Na boca apresentou taninos finos e um leve toque herbáceo. No fim das contas, mostrou-se um bom vinho, produzido com o cuidado característico da vinícola, mas não se destacou tanto quanto o ruby em relação às outras marcas. Preço: R$ 69,60.

Select Reserve – Aqui a coisa começou a ficar séria. Produzido a partir de uvas selecionadas e envelhecido por 3 anos em grandes cubas de madeira, o Select foi um grande salto de qualidade em relação ao ruby e ao tawny experimentados anteriormente. Ele seria um ruby melhorado, só que muito melhorado. Aromas fortes de fruta em compota e um sabor doce, sem ser enjoativo e com o álcool totalmente integrado, é uma opção mais que interessante para quem quer fazer bonito com os amigos sem gastar muito. O seu preço – R$ 73,40 – mostrou-se uma pechincha. Altamente recomendado.

First Estate Reserve – A grande estrela da noite no quesito custo/benefício. Produzido com uvas do 1º vinhedo da Taylor’s, comprado em 1744. O First Estate é envelhecido durante quatro anos em carvalho, estando pronto para o consumo assim que chega ao mercado. O vinho apresenta uma cor quase negra e um nariz super elegante. Na boca é sedoso e com taninos bastante suaves. É uma evolução bastante sensível em relação ao ruby e até mesmo ao Select. Foi o mais comprado após a degustação. Preço: R$ 82.

LBV – Criação da Taylor’s e que hoje é produzido por todas as grandes vinícolas, o LBV (Late Bottled Vintage) é elaborado a partir de uvas da mesma colheita – no caso a 2005 – e envelhece de 4 a 6 anos em barrica. O LBV chega mesmo a ser o Vinho do Porto mais consumido dentro da própria Taylor’s. Com uma cor ainda mais escura quer o First Estate e sendo mais suave tanto no nariz quanto no paladar, ele é um dos rótulos mais refinados da empresa, embora sua qualidade não seja tão superior ao First Estate quanto o seu preço é: R$ 144.

Tawny 10 anos – O mais jovem dos tawny envelhecidos (experimentem o 20, 30 e, principalmente, o 40 anos), ele tem uma cor mais clara, com reflexos aloirados. O aroma é indescritivelmente envolvente e na boca deixa um gosto acentuado de mel e amêndoas. Foi o último a ser servido e deixou o meu Nieport no chinelo. Preço: R$ 159.

Vale lembrar que a Taylor’s é a empresa responsável pelo Scion, que tem apenas 150 anos e custa a bagatela de 2,5 mil euros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *