Preconceito, arrogância e competência

Um pouco de preconceito e arrogância fazem bem, desde que você tenha total consciência de qual o limite entre o bom e o ruim. Preconceito ajuda você a definir gostos, tribos e envolvimentos. Claro que não estamos falando em tatuar suásticas, bater em mendigos ou queimar índios. Isso é coisa de pessoas menos dotadas intelectual e mentalmente.

Arrogância também tem seu valor, principalmente se vier acompanhada de uma boa dose de competência. Infelizmente, para se avaliar a competência, é preciso ser competente, coisa cada vez mais difícil de se encontrar em um mundo corporativo onde parece haver a cultura de se criar Focas Arrogantes em Cargos de Chefia – preciso conseguir um monograma para essa expressão – que nem sabem a geografia de onde vivem ou se roupas são produtos têxteis. Com isso, fica cada vez mais latente a tensão entre os arrogantes que sabem e os que são apenas arrogantes.

Pode ser que a arrogância se transforme em soberba. Mas, é melhor uma soberba competente (mesmo que com menos reconhecimento) do que se segurar na puxada de saco ou no teste da farinha.

Abaixo, o contraponto da minha opinião.

Você é competente ou arrogante?
Por Fernando Scheller

Como já diriam nossas mães (e avós), tudo em excesso faz mal. Mesmo competência em excesso pode ser prejudicial à vida profissional. Especialmente porque, na maioria das vezes, a visão que temos de nós mesmos não corresponde à realidade. Sendo assim, quem acha que é muito competente pode (e deve) na verdade estar errado: a arrogância não faz bem a ninguém.

Uma consultora de RH que conheci diz que está escrevendo um livro sobre este tipo de ilusão que os profissionais formam sobre si mesmos: o imaginado “excesso de competência” pode se traduzir em práticas nocivas, especialmente se o profissional estiver em cargos de chefia. A arrogância pode levar a uma equipe menos unida e, por isso mesmo, menos eficiente. E os funcionários, renitentes, cumprem o que o chefe manda somente na frente dele.

Um chefe cheio de autoconfiança e certo de que tudo o que ele diz e pensa está correto pode ser nocivo para as empresas no longo prazo. A consultora afirma que gente assim costuma ser obrigado a dar passos atrás após um tempo de carreira. “A gente vê pessoas que, há 20 anos, eram presidentes e hoje estão em cargos médios, voltaram atrás.” A instransigência é um dos males que pode levar ao retrocesso.

E você? Já analisou como você se comporta? Está apenas confiante ou acha que sabe mais do que todo mundo (se é que isso é possível)? Fica a proposta de reflexão.

Fernando Scheller tem coluna no Estado de São Paulo

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