Chuvas no Rio: Ano Novo, tragédia velha

Não importa se você já não é um iniciante em coberturas de catástrofes. Não importa quantas coberturas de queda de aviões, helicópteros ou chuvas já tenha feito. Nem mesmo se já trabalhava na época do 11 se setembro. Situações como as vividas pela população da Região Serrana (grafada da maneira certa, em caixa alta) passam sem emocionar e revoltar.

Tudo bem que dessa vez a tragédia teve uma característica diferente da do Morro do Bumba, quando pessoas humildes e ignorantes construíram suas casas em cima de um morro de lixo. Em Petrópolis, Teresópolis e Friburgo, as águas destruíram por igual bairros pobres e mansões. Pedras modificaram o trajeto de riachos, potencializando a devastação.

Em Friburgo, por exemplo, a praça do Teleférico ficou irreconhecível e tenho medo de pensar no que pode ter acontecido com as casas e hotéis que existiam na estrada que levava até lá.

Mas o pior, é sair do trabalho, depois de uma madrugada de ligações e atualizações do número de mortos, e chegar em casa e ver que esse número cresceu em proporções surreais. Você sai com 7 mortos e chega em casa com 48. No fim do dia, já são mais de 100.

Não dá para livrar a cara dos governantes que prometem e nunca cumprem com suas obrigações e sucumbem as pressões político/monetárias de empresários e companheiros, mas, agora, o importante é dar condições dignas de vida para os sobreviventes. Pessoas que perderam casas, bens, comércios e entes queridos.

Assim como em 2010, o início do ano começa de maneira trágica. Vamos torcer para que a sorte mude de agora em diante.

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